sexta-feira, 31 de maio de 2013

Apertado


Extra, extra! Nesta magnífica sexta-feira, acompanhe os informes da Childrock Initiative. Banheiro ganhou cara de banheiro e está quase pronto. Chegaram as mesas da molecada da pré-escola e foi lindo ver a reação deles às carteiras novas. Segunda-feira será fechado o acordo pela compra do terreno do colégio, maior investimento feito à instituição até então. O que é isso, meu camarada. Que alegria.

Em primeiríssimo lugar, matéria de capa, acertamos os valores em 380.000 shillings, aproximadamente U$4.750,00 (quatro mil setecentos e cinquenta dólares). Parece dinheiro à beça né? E é. Agora faz essa conta aqui: o colégio gasta 18.000 shillings mensalmente de aluguel. Quanto tempo levará até recuperarmos o investimento? Vinte e um meses! Falou 21? Bingo!


Isso significa que a compra do colégio irá economizar mais de cinco mil dólares em dois anos. Como se sabe, o valor aquisitivo de cinco mil dólares no Quênia é demasiado grande. Vai sobrar dinheiro pra pagar professores, garantir comida, renovar os livros e por aí vai. Mais do que dar dinheiro pra melhorar as condições, é fundamental contribuir para que a instituição possa correr sem amarras.

Olha a foto do banheiro. Dá pra ver um banheiro, não dá? E John também, o administrador. Não entendeu a foto, se explica: são três banheiros e um mictório. Por isso as divisórias. Não quero nada de fila na porta do toalete. Hora do intervalo é hora de tirar água do joelho e afins, sem condição de ficar esperando o coleguinha finalizar o serviço. Perder tempo de estudo em sala de aula é crime inafiançável. Já estou apertado.

Além de terem chegado belíssimas carteiras, deram o ar da graça pratos, garfos e copos que faziam parte do pacote “renovação da cozinha”. Colherzinha nova, pratinho arrumadinho e copo colorido. Não vai precisar esperar o colega finalizar sua refeição pra botar na garganta aquela colher usada. Todo mundo se deliciando junto, a verdadeira família Childrock.

Depois de uma sexta-feira digna de comemorações, não vou deixar barato. Dia de partir pro cinema, aquele negócio com uma tela grande, som bacana. Hora de umas belas risadas com Hangover 3 porque ninguém é de ferro. Vai dar pra encontrar uma rapaziada bacana e jogar uma conversa fora, no início do meu penúltimo final de semana queniano. Saudade de lá, saudade de cá. Eita.

Amanhã, devo dar um pulo em Fourteen Falls, atração turística da cidade. Como diz o nome, trata-se de queda d’água que se divide em quatorze cachoeiras. Esperem novidades pra mañana. Enquanto isso, a chuva cai lá fora e os valores se encontram na casa dos R$24.421,03. Pela cotação do dólar, cerca de onze mil dólares. Vocês, hein? Não existem! "The question is not when they gonna stop. But who is gonna stop them".


quinta-feira, 30 de maio de 2013

Dilma Vez Só

Ninguém mais, ninguém menos que Madame Presidenta deu o ar da graça pelo lindo continente que habitarei por mais onze dias. A convite da União Africana, representando a América Latina pela grandeza de nossa nação, Mrs. President decolou para Adis Abeba com Roberto Azevedo, recém-eleito diretor geral da OMC, para comemoração de cinquenta años da entidade.

Como boa politicagem não podia faltar, a viagem à capital da Etiópia serviu pra agradecer por todos os votos africanos que garantiram menino Roberto na direção da Organização Mundial do Comércio. Para estreitar os laços com a África, ainda foi criada uma diretoria no BNDES apenas com o propósito de celebrar parcerias econômicas. Tá, mas e daí Bruno?

Daí que alguns pontos me chamaram atenção. Como “representante” extraoficial brazuca na terrinha, sou quase que obrigado a dar o pitaco. Que será dado. Além da assinatura de cooperação em áreas de educação, ciência e tecnologia, tudo muito bonito no papel, a chefe Dilma vez só perdoou cerca de novecentos milhões em dívidas.

Só a Tanzânia devia coisa pouca de duzentos e trinta e sete milhões. Vale lembrar que o volume das negociações entre Brasil e nações africanas subiu de cinco bilhões em 2000 pra vinte e seis bilhões no ano passado. No discurso de Rousseff, “vantagens mútuas e valores compartilhados”. Gosto dos dizeres, mas tenho medo de algumas consequências e metodologias.

Primeiro, fui procurados por algumas pessoas preocupadas com o impacto causado na Childrock. Uma preocupação espetacular de que “o peixe não fosse dado, mas sim a vara de pescar”. Saco vazio não fica em pé, então a comida foi a nossa contribuição do “peixe”. Todo o resto mencionado ontem faz parte do pacote viabilizar a construção da “vara de pescar”.

Então, qual a vantagem de perdoar a dívida? Tornamos-nos “bonzinhos” aos olhos africanos, que legal. Serão concedidos novos empréstimos que culminarão em nova inadimplência, enquanto as competências administrativas dos líderes africanos continuam sendo tão nocivas quanto coca-cola com mentos. Uma mistura explosiva.

Melhor ainda, a Human Rights Watch, organização defensora dos Direitos Humanos ao redor do mundo, alertou para as péssimas condições de vida em que vivem mineradores moçambicanos que trabalham para famosa empresa brasileira. Em Angola, historia similar com construtora. Atitudes positivas e construtivas aos países, sempre. Sem pé nem cabeça, não.

Venho pressionando o diretor e administrador da Childrock para ter o orçamento da aquisição do terreno em mãos logo. Como essa é a prioridade número um, acho preferível esperar o máximo para saber quanto sobrará das contribuições após essa imensa (e imensamente necessária) despesa. Enquanto isso, a música toca em R$24.371,03. Sensacional, hein? Vamos que vamos!

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Cem


Cem publicações no blog, com mais de vinte mil visualizações. Alegria imensa de ter compartilhado todos os momentos com você que leu, gritou, chorou, ficou com raiva, riu à toa e se orgulhou junto comigo. Não sei se foi conspiração do universo, mas o dia que rendeu a centésima publicação foi um dos melhores dias da minha vida e “o melhor” (entre todos os melhores) da viagem. Vamos nessa.

Começou terrível. Com a falta de eletricidade e constantes idas e vindas, perdi o carregador do meu computador. Estourou. O que me obrigou a parar de usar o PC ontem de noite.  Acordei e constatei que bichinho estava morto e surtei. Não porque sou viciado em tecnologia, mas todos os dados e ações da campanha seguem rígido controle eletrônico. Deu ruim.

Pra completar, poucos sorrisos na rua e muitos pedidos de ajuda ao “Mzungu rico”. Um pessoal fazendo graça da sua cara sem motivo e o apelido de Jesus pra todo lado. Pra melhorar, nem notícias dos andamentos da obra, aquisição do terreno e por aí vai. Cabe mais? Cabe sim, uma dor de cabeça grande junto com febre deu a nota da manhã. Ô coisa boa.

De repente tudo muda. Chegando no colégio, sou recepcionado com professores e alunos preparados pra tirarem as fotos mais sensacionais da história do universo. Todos os alunos do colégio se juntam e fazem uma homenagem pra mim, com três oradores vindo à frente para agradecer publicamente por todos os livros, pela construção do banheiro, renovação da cozinha, comida, armário, mesas novas e por aí vai. E pra não chorar, como é que faz?

A fundação do banheiro está pronta, e os tubos serão conectados à rede de esgoto amanhã. A estimativa é de que esteja pronto na terça-feira que vem, dia que acaba a campanha. Não se esqueça que você só tem mais seis dias pra contribuir! Pra melhorar, as mesas das crianças da pré-escola ficaram prontas e o armário chegou.

Há uma estimativa de 400.000 shillings, cerca de cinco mil dólares, pra aquisição do terreno agora. A digníssima proprietária havia subido para o dobro disso quando soube que havia um branco no financiamento, mas após algumas conversas e negociações considerou baixar o preço e deve baixar ainda mais. O que significa que será viabilizada a maior ajuda que a Childrock já recebeu.

Ainda deu tempo de dar uma volta pela cidade com Erick e um camarada seu pra consertar o computador, me economizando uma bela grana. Voltar pra casa andando, tomar um chá (feito com leite) pra melhorar a tarde e chegar em casa com eletricidade rolando. Ah, e sendo cumprimentado positivamente por várias pessoas na rua. Começo a suspeitar que a opinião sobre os olhares dos outros são enxergados de acordo com meu humor ou da forma que quero ver.

Os livros estão sendo encapados (para conservação), os investimentos na compra do terreno estão num horizonte próximo e tudo corre da melhor maneira possível. Quero fazer dos últimos treze dias de Nairóbi uma verdadeira revolução. E vamos fazer. Pra atualizar, chegamos aos incríveis e impressionantes R$22.771,03. Obrigado a todos, acompanhem, divulguem e compartilhem! Pra quem ainda não sabe (tá atrasado), a campanha é essa!

terça-feira, 28 de maio de 2013

Falador

Impressionante a velha máxima: não importa o que você faça, sempre terá vagabundo com inveja trabalhando contra. Seja direta ou indiretamente, vai estar lá aquele “camarada” que não só torce contra, mas atua contra. Como não podia ser diferente nem com um trabalho voluntário bacana no Quênia, por aqui tem algumas peças raras que deram o ar da graça.

Depois de falar dos Voluntários Involuntários e de toda a galerinha “pouco comprometida” que encontrei, destaque especial vai pro coleguinha do país nórdico. Pra quem não lembra ou não leu as peripécias do menino, dá um clique aqui e retorne. Ou então continua assim mesmo, mas o cidadão é um fanfarrão sem noção de primeira qualidade.

Eis a questão. Não curto sair por aqui por vários motivos: não consigo gastar dinheiro “à toa” depois de ver a situação de vida na favela; não posso nem quero perder um pingo de consciência pra não tomar uma rasteira de vários lados; “acabou” o dinheiro (tenho o suficiente pra sobreviver até a volta); não tenho saco pra rapaziada com ideologia “cabeça de girino”; e por aí segue a canção. É difícil pra galera daqui entender a minha posição, mas não faz diferença, certo?

Sempre digo que vou sair, mas nunca saio. Pra ficar trabalhando nos vídeos, pensando numa forma nova de divulgação ou pra me divertir sozinho, muito mejor que aturar sujeito bêbado por todos os lados. Então prometi que iria ver a final da UEFA, mas não fui por falta de paciência. Cometi esse grave crime e trouxe os críticos à porta.

Ouvi dizerem que não confiavam mais em mim, já que eu sempre dizia que sairia mas nunca cumpria a palavra no final das contas. Por não se enquadrar ao rebanho da “girinada”, deixei de ser cool. Caramba, que chateação (irônico). Até ai não me incomoda. Surge o nórdico dizendo que eu poderia até estar desviando dinheiro da arrecadação por não ser confiável. Aí não. Aí vai dar problema.

Tinha algumas formas diferentes de resolver. Podia aplicar a filosofia das aulas de Muay Thai com mestre Guilherme, mas nunca briguei na vida e não seria agora; podia chegar gritando, acusando e arrumando confusão, destruindo ainda mais o frágil clima da casa; ou podia trocar ideia numa boa, falando manso e como quem não quer nada, sobre o motivo daquilo tudo ter acontecido.

Optei pela última forma de comunicação, a mais sábia pra todos os problemas. Não é fácil, quando o sangue sobe diante tais acusações, mas ser “superior” e razoável vale a pena. É sinônimo de não se rebaixar ao nível, clichê máximo. “Não se misture com essa gentalha, tesouro”. Consequência: um pedido de desculpas sincero, afirmando estar bêbado e com raiva pela falta ao jogo da UEFA.

É, patrão. Não é brinquedo não. Além de administrar os recursos e tocar a campanha, resolver picuinha dentro de casa pra poder viver em paz. O engraçado é que é simples demais viver em felicidade. É só não fazer besteira. Exige um “não fazer”, se abster de avacalhar a casa e incomodar os outros. Parece que falador faz questão de dificultar. Notinha da campanha: estamos aguardando negociações entre Erick e a proprietária do terreno pra concluir a maior operação de ajuda da história da Childrock (palavras do diretor e do administrador). Será épico se atingirmos isso. E vamos atingir.

P.S. Bernardo Ribeiro, meu irmão de outra mãe, está participando de uma campanha do Botafogo pra jogar com o time. Não precisa de contribuição não, só do clique! Quem puder ajudar meu grande camarada a realizar esse sonho de criança, só clicar aqui e votar nele. O moleque que nunca pensou em jogar com o próprio time não teve infância, então colabore com o botafoguense!

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Meia-Volta


Ufa. Depois de estar sem água, sem luz e sem internet desde sábado de madrugada, estamos de volta. Nada como uma vida desprovida de recursos pra voltar a apreciar a água caindo fria do chuveiro, a lâmpada acessa em cima de cabeça e uma conexão com o resto do mundo através desse belo aparelho chamado modem. Parabenize seus pais. Eles se formaram sem o Google.

No domingo, fui pra Westlands resolver finanças da Childrock (sacar tutu da máquina) e tive uma grata surpresa. Passei numa galeria e parei par comprar sorvete. Por ser domingo, o sorvete era só cinquenta shillings (coisa de 70 centavos de dólar). Sorvete, que delicioso prazer. Fartei-me da casquinha até sobrar apenas um sorriso pra contar história.

Pouca coisa boa aconteceu nesse domingo, exceto a edição de vários vídeos de vocês que devo mandar amanhã mesmo. Ah, e o sorvete. Além, Erick teve uma conversa telefônica com a cidadã dona do terreno, que admitiu sentar e negociar valores. Basta aguardar uma proposta razoável, sinalizando os valores máximos para a possível aquisição, enquanto vamos planejando outros investimentos.


Coisa pouco boa foi a necessidade de se trocar o “engenheiro” do banheiro por estar demorando muito na obra e retendo o salário dos operários. Ainda assim vai ficar pronto antes do meu retorno pra terrinha, certamente. Como estava sem recursos em casa, parti pra outra casa de intercambista pra me banhar e por em prática a tecnologia da internê. Bacana, bacana.

Boa pouca coisa ninguém quer. Por isso mesmo, 50.000 shillings foram investidos no banheiro, totalizando 120.000 no total (70 antes, 50 agora) e mais 20.000 na aquisição de dez mesas novas pros alunos e um armário para guardar o material escolar da turminha da pré-escola. Os investimentos somam 315.000 shillings, coisa de U$4.000,00. A ordem é aguardar o valor da compra do terreno pra saber o quanto sobrará e será alocado em outras despesas.

Tive ainda hoje um “jantar global” em que representantes de cada país deveriam levar um prato típico. Como eu sou tão bom em cozinhar como em luta Greco-romana, comprei meia dúzia de biscoitos no mercado e jurei de pés juntos que todo mundo come isso pelo Brasil. Imploraram por brigadeiro, mas leite condensado por aqui é mais raro que político honesto.

Conheci colombianos, italianas, norueguesas, alemães e mais. Acabou que foi espetacular o evento e rendeu uma bela alimentação pelo preço de cookies baratos (e com boa companhia). Desde arroz doce indiano até o bom e velho Chapati do Quênia, teve de tudo. Não faltou a famosa KK, Kenyan Kane, dando aos ébrios da noite à pretensão de pensar que despertar os vizinhos chineses ao lado não geraria represálias. No melhor estilo Sexto Sentido: I see Chinese people.


Amanhã é o dia da foto com os livros, dia de cobrar o andamento do banheiro, dia de seguir adiante com o projeto. Quatorze dias pra chegar na residência de mamãe. A notícia não tão boa é que o projeto se aproxima do fim e será encerrado daqui a UMA semana, terça feira que vem. A corrida vem sendo linda, mas tudo chega ao fim. O que significa que você tem apenas uma semana pra dar a sua contribuição e mudar o destino de uma ou mais crianças. Tá esperando o quê? Contribua logo pra campanha! Atualização: R$20.731,03.

sábado, 25 de maio de 2013

Inspiração e Conselho


Nessa manhã assisti ao vídeo acima, que me chamou muita atenção. Zachary Sobiech era um menino bacana, solidário e sonhador que, aos 14 anos, foi diagnosticado com osteossarcoma, uma espécie de tumor que ataca os ossos. Depois de meses de quimioterapia e cerca de dez cirurgias, os médicos disseram a ele que só teria mais um ano de vida pela frente. Barra muito pesada pra um garoto tão novo e cheio de ambições.

Ao invés de se revoltar com a situação, Zach resolveu fazer exatamente o oposto. Pensou numa forma de aproveitar o seu último ano de vida, correndo atrás do que sempre sonhou. Investiu em música, gravou um cd, deu show e ainda foi homenageado por vários artistas que regravaram a sua composição. O menino realizou mais em um ano do que muita gente realiza numa vida inteira.

Não preciso dizer que chorei feito um condenado. Não foi por isso que o vídeo chamou atenção, até porque o troféu manteiga derretida vai pra mim fácil. Esse moleque, que veio a ir Up, Up, Up no dia vinte de maio desse ano (cinco dias atrás), deixou uma mensagem espetacular pra todo mundo. Que é uma das mensagens que eu mais me preocupo em passar pelo blog.

O bordão de Zach no documentário é: “você não precisa saber quando vai morrer pra começar a viver”. O que isso significa? Estou respirando, estou vivo, não é isso? Não. Claro que não. Lógico que não. Concordo que o conceito de estar vivo depende da área e os médicos podem assumir que a pessoa está viva a partir da respiração e de outros sintomas. Essa perspectiva está bastante desatualizada.

Estar vivo é muito mais do que respirar, ter uma rotina, comer um prato gostoso ou andar pelo mundo. Estar vivo exige ser e fazer o que se ama. Profissionalmente, pessoalmente. O tempo todo, sempre. Não significa não ter problemas ou aborrecimentos, porque eles estarão lá. Os obstáculos existem e não são poucos. Jamais podem ser utilizados como desculpa para optar pelo conformismo e comodidade.

Falando por mim, esbarrei em várias pedreiras pra vir pra cá. “Você precisa se estabilizar depois de formado”, “não há tempo pra fazer isso, pensa no currículo”, “vai jogar tempo da sua vida pela janela”, “acho até legal, mas nunca faria e acho maluquice”. Apesar de tudo e todos, absolutamente nada paga a paz de espírito de ter tomado a sua decisão. Sua. Ainda mais depois de ter a maior certeza de que foi a melhor escolha que poderia ter sido feita.

Não foi fácil, claro. A solução foi olhar direto pra vontade imensa de estar aqui e sair tropeçando e removendo (ou até atropelando) todas as barreiras existentes. No final das contas, todos os percalços se voltaram a meu favor. Quem e o que foi contra está agora ao meu favor. Tudo isso porque resolvi seguir meu coração e fazer alguma coisa pela qual sou apaixonado de corpo e alma.

Obrigado ao Zach que deixou seu recado pro mundo, servindo de inspiração pra milhões de pessoas. Se eu pudesse dar um conselho, só um, dentre os vários aprendizados africanos, seria exatamente o mesmo dado por Zach: “comece a viver”. Invista no que você ama e naquilo que vai te fazer feliz o resto da vida. Pode parecer clichê, mas é a verdade mais verdadeira e necessária do mundo. Não tem desculpa. The time is now. A hora chegou. R$20.181,03 e atingimos a meta de vinte mil em dois dias. Increíble!

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Se Livrando

Todo dia é dia que “que dia” e hoje não foi diferente. Acordando as seis da manhã pra trabalhar no projeto pelo qual estou apaixonado, só fui chegar em casa depois das oito. Depois de quatorze horas espetaculares, ainda fui recompensado pelo cozinheiro com um peixinho espertíssimo de jantar. Fatos, Bruno, cadê os fatos? Vamos nós. 


Chegando ao colégio, vi uma coleção imensa de livros em caixas pra todas as séries. Como disse ontem, o diretor encomendou vários de um amigo que fazia desconto e só precisei passar o cheque. Não sem conferir o valor e a existência de cada um deles numa lista meticulosamente detalhada. Faltava o trabalho de organizar quais já tínhamos e quais ainda precisávamos comprar.

Com nota fiscal e recibo, passei o valor de 76.327 shillings ao diretor pra bancar a aquisição. Arredondei pra 80.000 pra cobrir despesas adicionais da obra. A alegria por ver a realização dos livros era tamanha que nem esquentei quando, depois de visitar o banheiro (que tá ficando bonito de ver), enfiei a perna num poço de fezes até o meio da canela. Isso porque foi a segunda vez. Não parei de sorrir, apesar de ter passado o dia inteiro fedendo à esterco de gente.

Depois da supervisionada clássica no toalete, partimos rumo à cidade pra “se livrar”, que significa se encher de páginas de cultura e conhecimento. Não só pelos livros, mas também por material escolar pra toda a molecada mais amada do Quênia. Falando nos alunos, consegui gravar muitos vídeos pra editar (e entregar pra vocês), mas me espantei ao mostrar uma foto das minhas irmãs e ser questionado o que significava aquele objeto na boca da minha irmã. Era a chupeta. Caramba.

E tome mais (aproximadamente) 30.000 shillings no resto dos livros. E tome mais 10.000 de material, incluindo quarenta caixas de giz, lápis, caneta, cadernos, um White Board, livros de controle de presença de alunos, cartolina e mais. Ah, e olha o local pra cozinhar que foi renovado. Total de 245.000 shillings investidos, pouco mais de U$3.000,00. Pra dar uma pausa na campanha, olha só a sequência de fatos que demonstra mais ou menos a insanidade que é Nairóbi.

No ônibus pra cidade, comprei um pedaço de abacaxi e fiquei todo babado. Ao mesmo tempo, o Matatu (“ônibus”) deixou cair uma sacola no chão (estava amarrada no teto) e dentro de trinta e quatro milésimos, cerca de cinquenta quenianos se esbofetearam pra ver quem ficava com os restos mortais do falecido saco. A polícia partiu pra dentro atirando aquele gás gostoso de confusão no Maracanã, ao mesmo tempo em que a senhorinha do meu lado perguntava por que eu não fazia a barba. Bem-vindo ao Quênia, se segura malandro.

O dia ainda teve um ingrediente espetacular e essencial. Como o objetivo dos investimentos é deixar um legado a longo prazo, descobri que o aluguel do terreno de 18.000 shillings mensais está atrasado. A proprietária ficou uma arara depois de descobrir que a Childrock não pagava aluguel mas construía banheiros, mesmo que uma coisa não tenha nada a ver com a outra.


E aí o John, aquele do vídeo, perguntou por que não comprar o terreno pra escola. Exige sim um estudo mais detalhado sobre as condições do terreno e por ai vai, mas aliviar um gasto grande mensal pro colégio deixaria um legado bacana, possibilitando pagar professores e alimentar as crianças sem ter que se preocupar em quitar o aluguel. Caro, mas viável. Afinal, estamos em R$19.079,96. Nada como chegar perto dos R$20.000 com menos de um dia de proposta, hein? Não para, não para, não para!

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Pede Pra Sair


Sem internet desde o dia anterior, acordei queimando de febre. Não foi a “doença” que me chateou, mas as consequências de perder um dia. Não consegui comprar os livros, embora alguns tenham sido adquiridos pelo Erick e entregues na escola. Não consegui manter as publicações do blog num momento crucial, mesmo tendo finalizado o texto ontem de tarde, cinco minutos antes de cair.

A ausência de mensagens de conforto e parabéns não me incomoda tanto. São fenomenais e um mega combustível pra continuar o trabalho, mas tudo bem. Chato mesmo é saber que todas essas mensagens de apoio e parabéns são pessoas de olho no trabalho, potenciais contribuintes e essenciais para a divulgação e obtenção de maiores resultados. Palavrão um.

Lógico que tentei superar a febre, jamais uma justificativa pra deixar de agir. Acontece que não foi só a febre que bateu, mas uma exaustão acumulada de dias e dias (ou seriam noites e noites) trabalhando em todos os aspectos da campanha. Carambola. Quem leu o blog inteiro, pôde perceber que na Tanzânia explorei muito mais a cidade, os aspectos e características de Dar es Salaam do que fiz em Nairóbi.


Por acá, o ar que se respira é Childrock Initiative. No final, vou ter morado por mais de dois meses no Quênia sem ter aproveitado o país ou até mesmo a cidade. Desde que começou o projeto, dia vinte e quatro de abril, não fiz ou falei de outra coisa que não fosse a arrecadação e os resultados. Certamente foi a decisão correta. Porque tem sido uma delícia colher os frutos.

Por que parou? Parou por que? Cantou a musiquinha, né? Apesar de todos os ensinamentos para que não ficasse com raiva agora pelo breque súdito de um dia, já que existem problemas infinitamente piores e mais graves, não consegui. Lembra aquele camarada que foi agarrado pelo escocês no meio da maratona? É quase isso. No ritmo da lebre voadora e de trinta e dois jatos F15, a febre e a exaustão foram minhas “escocesas”. Palavrão dois, palavrão três.

Não seja por isso. Sábado vai ser dia útil, domingo vai ser dia útil e se existisse um dia entre domingo e segunda (sensacional ideia), seria dia útil também. Deixa a temperatura baixar que os investimentos irão voltar com a força de setecentos helicópteros apache (ou mais). To até com três vídeos prontos que não deu pra publicar por causa desta bendita internê.

A obra do banheiro com certeza continua, a cozinha foi renovada e tem vários livros esperando pela benção (e pelo tutu) em cima da mesa. Cantei essa pedra do cansaço bem no começo, sem saber ainda o que estava por vir (clica aqui pra ver a previsão de Pai Bruno). Amanhã pode aparecer até o exército queniano que não vai conseguir parar o andamento do projeto.


Acabei de entrar em contato com o diretor e combinamos de comprar os livros restantes amanhã mesmo, só pra confirmar. Foi uma tortura imensa ver as fotos que publiquei aqui, tiradas pelo meu companheiro finlandês de projeto. Perdi uma parte significativa da comemoração da criançada, mas amanhã terá mais, com certeza! Avante!

Em tempo: a montanha-russa queniana prepara surpresas. Se comecei o dia transtornado pela incapacidade de trabalhar incansavelmente hoje, a alegria das fotos e uma notícia na alavancagem dos recursos fez o mundo virar de cabeça pra baixo e estou rindo a toa. Atualização: não chora que nem eu, tá? R$16.810,08! No final da corrida, quem aceita o desafio dos R$20.000,00? Iiiihaaaa! Aguarde amanhã!

Boa ou Ruim


Esta publicação ficou pronta ontem, depois do almoço. Infelizmente, a eletricidade queniana não é exatamente confiável e só pude publicar agora, mais de um dia depois, quando a luz finalmente voltou. Portanto, todas as palavras de referência temporal devem ser lidas como se você estivesse lendo ontem. Desculpe qualquer incômodo!

Vou dividir a publicação de hoje entre notícias boas e notícias ruins. E não tem essa de qual você quer primeiro não que vem tudo junto. Devo ressaltar que as notícias más são quase inofensivas enquanto as notícias boas são espetaculares. O saldo final da balança chega a ser covardia com as malvadezas. Surra de positividade em todos os rounds.

Notícia Boa: A campanha atingiu a casa dos R$12.943,60. O treze tá martelando a trave. Isso significa aproximadamente U$5.992,41 e praticamente 480.000 shillings. Continuamos todos firmes e fortes pelo tempo restante. Se você ainda não está familiarizado com a campanha e precisa de informações sobre o projeto, continue lendo ou clique aqui.

Notícia Ruim: “Tempo restante” significa dezenove dias pra chegar ao Brasil. Apesar de estar apaixonado pela causa e por todo o impacto, não posso administrar os recursos se não estiver no Quênia para fazer pessoalmente. O que significa que a nossa belíssima corrida (de arrecadação) está quase chegando ao fim. O prazo para contribuição ficou até 01.06.2013 (primeiro de junho exclusive). Últimos quilômetros da corrida!

Notícia Boa: A construção do banheiro está linda de viver. Tenho supervisionado a obra todos os dias, afinal, o olho do “dono” que engorda o gado. Dá pra ver pela foto. Pra completar, hoje ainda foi dia de renovar toda a cozinha da Childrock Initiative. Pratos, talheres, panelas e mais importante, o suporte para cozinhar, que estava quase vindo abaixo. Garantir a alimentação é bom, mas sem ter onde cozinhar não dá.

Notícia Ruim: Tenho sido obrigado a “rejeitar” algumas ofertas de ajuda recentes por dois motivos: a instituição Childrock Initiative não é “minha”; e o tempo de cá está se esgotando. A Childrock Initiative existe há 13 anos, garantindo uma educação básica de qualidade pras crianças da favela de Mukuro. Quanto à campanha, posso me orgulhar e chamar de “minha”. Apesar de existir há tempos, as instalações do colégio são precárias em níveis inimagináveis e as contribuições servem para prover as condições básicas de estudo pra todos eles. Então, posso dizer que tenho amado as sugestões e interesses de todos, mas como nosso apoio é um remédio pra curar de vez e não só remediar, é algo mais pontual do que permanente. Daí o investimento em ganhos que se perpetuam por um longo período. Pra saber mais sobre a Childrock Initiative, clique aqui e aqui.

Notícia Boa: Assim como Guaraná, a campanha também é energia que contagia (não ganhei nada por essa frase). Depois de providenciar toda a arrecadação do zero, consegui contagiar uma alemã que mora na mesma casa que eu. Ela não veio pra trabalhar em colégios, mas numa organização que pretende conscientizar jovens sobre HIV e afins. Com isso, Beckenbauer anunciou que conseguiu mil euros (isso aí que você leu) com os amigos da Bavária, para incluir no meu orçamento e gastar. Deliçoca, delícia de paçoca (não ganhei nada também).


Notícia Ruim: Quem acompanha o humilde espaço cibernético deve lembrar que falei sobre certo racismo (clique aqui), predominante na mentalidade queniana e tanzaniana. Quando parei pra amarrar o cadarço na volta do colégio, um pai parou a sua trajetória com o filho e pediu para que o moleque “passasse a mão no Mzungu”. Assim, como um animal. Não sou de deixar barato e assim que o menininho encostou em mim, rugi feito leão. A criança chorou como nunca. Depois fiquei com pena, mas na hora foi a única solução que consegui pensar. A cabeleira ajudou bastante.

Notícia Boa: Depois de renovar a cozinha, garantir a alimentação por dois meses (pra começar) e construir o banheiro, chegou a hora que todos desejavam. Amanhã vou rodar a cidade com cinco professores atrás de todos os livros necessários, pra todas as matérias, todas as séries, todos os alunos. Não haverá um pequeno cidadão sem o importantíssimo objeto de estudo. Pra perpetuar, os livros serão armazenados no próprio colégio e não irão adiante com o estudante pra série seguinte. Assim, os que passarem de ano chegarão com a faca e o queijo na mão. Quero fazer uma foto épica. Viva e verá.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Transparência e Progresso


Seria bem melhor se o lema pátrio na bandeira fosse esse. Ordem não tá com nada e é extremamente subjetivo. O que significa ordem? Isso é alguma forma de hierarquizar o Brasil e gerar obediência nos camaradas tupiniquins? Nada de ordem. Transparência no lugar. Imagina só se fosse esse o bordão. Seriamos mais desenvolvidos que muitas formas de vida do universo. Progresso sempre.

Seguindo a lógica, achei prudente dar um tom de transparência pra que todas as contribuições à campanha demonstrem seu lugar ao sol. Mexe com minha carteira, mas não mexe com a verba da Childrock. Matemática demais nunca foi o meu forte (até então). No entanto, estou ficando profissional em administrar os recursos, sacar dinheiro e controlar gastos. Vê-se a necessidade do indivíduo quando ele lê “à campanha” e sonha com um filé. Xá pra lá, vamos nós.

Construção do Banheiro
R$12.573,60 (doze mil, quinhentos e setenta e três reais e sessenta centavos) com a colaboração de familiares, amigos e desconhecidos. Por falar em desconhecidos, tenho quatro depósitos sem identificação que poderiam ganhar cartas (três deles) e vídeo. Foram feitos dia 25.4 (220 reais), 8.5 (100 reais), 9.5 (105 reais) e 9.5 (150 reais). Identifiquem-se pra ganharem o que fizeram por merecer.

Até agora, retirei 205.000 shillings, aproximadamente U$2.562,50 dólares (na cotação de um dólar pra oitenta shillings). Ao mesmo tempo os sensacionais R$12.573,60 conquistados se transformaram em aproximadamente U$5.867,41 (cinco mil, oitocentos e sessenta e sete e quarenta e um dólares). Usei a cotação de 2,16 porque a primeira transferência pro meu cartão Confidence (para sacar aqui) foi na cotação de 2,14 enquanto a segunda, maior em volume, foi a 2,17.

Levando Materiais ao Local da Obra
Dos 205.000 shillings que removi do cartão (mais 20.000 pessoais, por possuir cerca de 40.000 antes de iniciar a campanha, ou seja, quinhentos dólares), 105.000 foram gastos e 100.000 shillings estão em estoque. Guardar dinheiro em casa se deve ao fato de ter que sacar um pouco a cada dia (40.000) pelo limite do cartão. Mas sobra tempo pra sacar tudo e gastar também, não se preocupem.

Os 105.000 shillings dividem-se em: (i) 70.000 adiantados pra construção do banheiro, com o orçamento previsto em 136.720 shillings (com o total de U$1.687,90 – fui informado que irá ultrapassar, porém pouco); (ii) 35.000 shillings pra alimentação das crianças por dois meses. Não vou parar por aí na alimentação, mas os primeiros 35.000 foram por questões emergenciais (não havia mais comida).

O “problema bom” é: dos quase U$6.000,00 (seis mil dólares) arrecadados, apenas cerca de U$3.500 estão totalmente comprometidos na construção do banheiro e na compra de livros e material escolar. Com isso, terei um “excesso” de U$2.500,00 para investir em salários dos professores, alimentação e outros. Averiguei a instalação de painéis de energia solar, mas fui travado pela grande possibilidade de furtarem as placas.

Além disso, pretendo renovar a cozinha (o local para se aquecer a panela com lenha está quase quebrando, as salas de aula (com folhas de zinco para paredes e teto, impedindo a entrada de chuva que inviabiliza as aulas e cimento para nivelar o chão de pedras), construir uma nova sala de aula (há espaço e necessidade) e comprar alguns moveis (carteiras, cadeiras, mesas, armários) com finalidades diferentes. Isso tudo em três semanas. Maravilha. Extratos e comprovantes à disposição. Vem comigo!

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Obá, Obá, Obá



Prezados passageiros: afivelem seus cintos de segurança, lembrem-se que é proibido fumar a bordo e uma boa viagem. O avião Childrock Initiative decolou sem maiores problemas e tem muito chão pela frente antes dessa nave aterrissar. Por favor, sintam-se confortáveis na poltrona à medida que a aeronave sobe. Aos sortudos da janela, prestem atenção no show.

Não só a nave decolou como encontrou Papai do Céu lá nas alturas. Ainda bem que a expressão está ficando frequente, mas que dia. Com certeza, de todos os dias no Quênia, esse foi o mais espetacular, sensacional, inesquecível, emocionante, recompensador, feliz e por aí vai. Preciso tentar organizar meus pensamentos e tomar muito suco de maracujá pra conseguir transmitir a mensagem. Um gole e lá vai.


Acordei “atrasado” pra aula por ter ficado editando alguns vídeos ontem de madrugada. O dia começou com uma irritação comigo mesmo e numa incerteza imensa se daria tudo certo. Erick me ligou perguntando que horas eu chegaria, porque ele estava no colégio desde cedo e precisava da minha ajuda. Nessa hora, botei uma calça e literalmente corri até Mukuro.

Chegando lá, várias pedras estocadas no colégio pra dar início à fundação do banheiro. Saiu. Não tinham pedras em número suficiente e fomos à “loja” adquirir em número suficiente pra começar. Além disso, vergalhão e alguns sacos de cimento. Saiu. Observar a movimentação de pessoas carregando materiais de construção (eu inclusive) pra cima e pra baixo me conduziu ao nirvana. Culpa de vocês.

Se já era comovente, o dia prometia muito mais. Na hora do almoço, vários sacos de arroz, feijão, legumes e outros alimentos, que chegaram no sábado, garantiram a refeição de todas as crianças. Comida garantida por vocês, através das tantas contribuições sensacionais. O cardápio do dia foi arroz com abacate, comum por aqui. Os sacos ainda estavam sendo trazidos pra dentro do colégio e a cozinheira só pôde usar alguns deles.


Acabou? Mas que nada. Sai da minha frente que eu quero passar. Consegui gravar vários vídeos das crianças pra editar e mandar pra vocês, que quase me enfartaram por proporcionar a alegria desse dia. Todos emocionantes, com a alegria das crianças pós-comemoração de banheiro e refeição. Pode chorar, produção? Ah, tá permitido? Obrigado, hein!

Pra fechar o pacote do dia vinte de maio de dois mil e treze (pra ficar gravado), através da ajuda de alguns amigos, obtive uma publicação sobre a campanha no jornal ALEF News, da comunidade judaica. Pra conferir o material, basta clicar aqui. Tomara que sirva pra inspirar e divulgar a campanha. Aliás, nosso delicioso orçamento está em R$12.573,60. Que qué isso! Vocês são demais.

Talvez o motivo pra esse dia ser tão divino assim seja o aniversário de minha avó, Sônia Sterenberg, que comprou a briga frente ao mundo e ajudou o seu neto a chegar até a África. Vó, me faltam palavras pra te agradecer e explicar o quanto eu te amo. Muito obrigado pela sua parcela de culpa nessa jornada e tudo de melhor. Aos outros, a Childrock Initiative agradece e deseja a todos uma boa viagem!