St. Thomas |
Discutir o homossexualismo e buscar uma visão de
respeito e igualdade a estes camaradas, tendo em vista os Direitos Humanos,
está no meu programa. Tive a oportunidade de debater esse assunto com a turma
do colégio St. Thomas mais cedo e fui surpreendido com algumas respostas, que
ilustravam a ideologia e o pensamento da comunidade local.
Em primeiro lugar, é necessário saber que existem
leis contra homossexuais na Tanzânia. Isso mesmo, nesse nível. Em Zanzibar, que
é uma província semi-autônoma muito famosa por sinal, existem crimes como
“lesbianismo”, que dá até cinco anos de prisão, enquanto viver junto ou ter
algum caso, pode dar até sete anos de cadeia.
Chegada a Tanzânia |
Calma que ainda não acabou. No Código Penal da
República da Tanzânia, um relacionamento masculino homossexual pode levar a até
quatorze anos de prisão, embora atos sexuais entre mulheres não tenham sido
criminalizados ainda (malandros esses legisladores). Pra fechar o estudo, não
há qualquer caso de prisão ou acusação por estes crimes desde sua criação
(2004). Só não pode dançar homem com homem.
Ao dizer tais conceitos e pregar pelo respeito aos
homossexuais, uma aluna levantou o braço e afirmou: “mas não existem homossexuais
na Tanzânia”. Um outro foi um pouco mais enfático e disse que não era certo,
pela bíblia, e também porque não encaixava, já que o casal homossexual não
poderia procriar.
Claro que não é papel do professor impor qualquer
tipo de pensamento, então entrei na discussão na tentativa de fazer com que os
alunos refletissem e julgassem essa forma de pensamento, questionando uma série
de coisas, dentre elas, a mistura do preto com o branco. Foi bastante
complicado e 99% da turma apoiava o colega radical, até que surgiu um bracinho
solitário da Angel, uma aluna sensacional.
Angel disse que não cabia a nós julgar a felicidade
dos outros, muito menos criminalizar uma conduta que, por mais inexplicável que
possa parecer, pode efetivamente gerar satisfação e alegria ao casal do mesmo
sexo. Depois da aula ela me contou que queria ser advogada. Dever de casa
cumprido.
Pra dar uma descontraída, eis a foto da Ókley e
Nesquiksilver sendo vendidas a céu aberto. É assim que o comércio local negocia
vestimentas e a galera experimenta tudo que é roupa e tamanho no meio da rua
mesmo. Vale tudo, Gil? (link)
Ponto fundamental a ser dito, é o da educação:
Enquanto preparávamos a aula de Direitos Humanos, uma
professora do colégio resolveu se meter dando réguadas nos alunos como forma de
fazê-los entrar na sala de aula. Gritando destemperada, ainda deu tempo da
digníssima olhar pra minha cara e dar um sorrisinho, como quem diz que estava
fazendo a coisa certa.
Fica um pouco mais complicado ensinar Direitos
Humanos quando os Direitos Humanos não são respeitados nem no ambiente escolar.
Pra piorar, essa professorinha ainda ficou intervindo no gogó só pra pedir
silêncio. Quase que eu clamei pelos meus Direitos Humanos de dar a aula em paz
e não ter que ficar ouvindo berro em suaíle pela orelha.
P.S. Antes que qualquer polemizador venha dizer algo, lógico que respeito o homossexualismo como orientação sexual e opção de vida. Não acredito que seja papel do educador impor qualquer tipo de raciocínio, mas sim permitir aos alunos que estes tenham discernimento e conhecimento suficiente da causa para que criem uma ideologia própria, sendo ideal a contrária a qualquer tipo de discriminação por qualquer motivo que seja.
confesso que ri com a ilustração do "bambi", que preconceito hein hahaha!
ResponderExcluirIncrível como parecem que vivem em outro planeta.
beijos, saudades e se cuida
pelo contrário meu irmão! é só uma brincadeira! caso fosse preconceito eu nem estaria habilitado ao cargo de professor hahaha
Excluiré incrível mesmo! saudade irmão, beijo!
Você 2 religiões muito forte ai, o Islamismo e o Cristianismo, então o radicalismo em relação a certas questões é esperado ser bem forte... e como o governo não parece ter muita credibilidade, se apegam as leis religiosas!
ResponderExcluirLembrei do nosso amigo Silas Malafaia...
Abraços