Pra quem tava com saudade, “que
dia”. Andamentos mil pela Childrock, investimentos ao horizonte e estádio pra
ver eliminatórias da Copa. Pena que o Quênia perdeu de um a zero pra Nigéria. O
gol saiu de um contra-ataque e foi uma pintura. Depois de ganhar na corrida do
zagueiro, o atacante encobriu o goleiro e a bola foi entrando devagarzinho na
rede pátria.
Antes de chegarmos ao jogo, vamos
ao que interessa. Childrock de manhã cedo pra ninguém botar defeito, com
telhado e acabamento do banheiro ficando prontos no final do dia. Amanhã é só furar
o chão pra conectar com o encanamento e inserir a privada. Os anseios
inauguratórios são imensos. Erick pediu pra esperar até segunda pra cerimônia oficial com todos os alunos. Nada mais justo, é tudo pra eles mesmo. Mas o dia não se resumiu a isso não.
Com uma verba boa ainda para
investimento, averiguamos nos últimos dias a possibilidade de renovar todas as
paredes e cimentar o chão, dando uma cara bacana de “escola” mesmo. Recebi o
orçamento e está bem compatível com o nosso alvo. 215.000 shillings, coisa de aproximadamente
U$2.687 dólares. Como disse antes, toda essa parte será investida por nós
(vocês que fizeram todo esse sonho possível e quem vos escreve), embora a
supervisão fique a critério da arquiteta italiana.
Confesso que ainda não botei na
ponta do lápis, mas, além disso, sobrará cash
para os professores e mais um bocado pro programa de alimentação. Não consigo
esperar a hora de enumerar todas as conquistas, mesmo. A ficha ainda não caiu
não. Trata-se de verdadeira revolução. Fizemos história por aqui, vocês tão
sabendo? Vocês mesmo que acreditaram, sonharam e realizaram junto comigo!
Hora do jogo. Desafio africano, sendo
a Nigéria uma das melhores seleções do continente. A conferida inicial do
estádio foi impressionante, cabem sessenta mil camaradas lá dentro. Não à toa
que senhor polêmico presidente Uhuru Kenyatta optou pelo Kaserani como palco de
sua apresentação. Uma bela obra faraônica, de dar inveja aos milhões esbanjados
na cidade da música e no novo Maraca.
Por falar em Maracanã, bateu uma saudade
grande dos tempos áureos do gigante popular. Assisti o primeiro tempo em assentos
no nível do campo, distante como o Engenhão pela pista de atletismo em volta do
gramado. A visão era meio ruim e resolvi subir pro terceiro andar. Melhorou
bastante, só que o assento era no concreto. Lembra do mítico campo carioca
lotado de populares no concreto?
A qualidade do jogo foi tão boa
quanto uma pelada no aterro. Aliás, a pelada do aterro seria melhor. Do lado
queniano, Victor Wanyama, atacante titular do Celtic. De outro, Obi Mikel, um
bom meio-campista do Chelsea. Melhor pro segundo. No ataque, era Victor contra
cinco zagueiros nigerianos. Chuveirinho lançado pelo goleiro do Quênia, que
obviamente não deu em nada. Apesar do nível, valeu demais a experiência e a
torcida.
O chato é que a gente precisava da
vitória pra se classificar. O país tinha dois empates e uma derrota até então,
sendo o último do grupo repleto de gigantes como Namíbia e Malaui. O gogó foi
gasto e sobrou até uns palavrões em português, nada feito. No final das contas,
a torcida saiu sorrindo e dizendo que esperavam o resultado. Isso que é estar
desacreditado. Bom, Copa do Mundo de 2018 será Kenya against the world,
vocês vão ver.
O nome da publicação não tem nada a ver com qualquer
tipo de assalto não. É uma expressão usada pelos locais quando alguma coisa
ruim acontece por Nairóbi. Voltando pra casa morto de cansaço depois de
assistir o game, presenciei uma
batida feia entre duas Matatus. Eis que o trocador soltou um Nairobbery pra
premiar o dia. Ri à beça. Vamos nós que amanhã promete. E já uma saudade de cá...
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