segunda-feira, 3 de junho de 2013

Carga Explosiva


O terreno do colégio está comprado por 380.000 shillings. Essa tinha que ser a primeira frase do texto de hoje. Depois de rodadas de negociações com a proprietária, o valor final foi esse mesmo, papel passado, contrato embaixo do braço e certificado de propriedade em mãos. Tudo com o aval do Chairman de Fuata Nyayo, um pedacinho de Mukuro governada pelo chefe em questão.

Terreno adquirido e aluguel evitado para siempre. Sempre bacana lembrar que o pagamento era de 18.000 shillings mensais, o que significa uma despesa anual de 216.000, coisa de U$2700. Lembra dos 35.000 shillings que bancaram dois meses de alimentação? Pela matemática, cada mês sairia por 17.500, certo? Barriga vazia é coisa do passado. Iha!

Olha o banheiro!
Terei o prazer imenso de enumerar todas as conquistas numa publicação de fim de semana, mas só pra esclarecer: até agora foram investidos 705.000, aproximadamente U$8812. Com isso, sobram U$2.840 pra investir. Dentro do valor restante, U$1271 vem da arrecadação da alemã. Ela já contribuiu em U$1250 pra aquisição do terreno (100.000 shillings). O total da arrecadação dela é U$2521. Portanto, dos U$2.840 restantes, U$1569 estão soltos, enquanto U$1271 vinculados à disposição dela.

É que caso ela queira fazer uma ação diferente (mas dentro da Childrock), também pode. Chegou uma arquiteta italiana pra ficar por quatro meses, então pode ser que parte da receita restante da alemã vá pra o cofrinho Childrock da italiana, que me procurou pra fazer a sua própria campanha enquanto estiver por território queniano. Viva a corrente do bem!

Fechando as continhas, andar por Nairóbi com uma mochila recheada com a verba do terreno não foi fácil. Como muito se sabe, o gringo branco é uma espécie visada, com mochila, em dobro. O conteúdo nas minhas costas era suficiente pra mudar a vida de muita gente. Ainda bem que conseguimos canalizar essa grana pra mudar a vida da molecada da Childrock.

Pra sorte geral da nação, deu tudo certo e cheguei ao destino com o verdinho todo. Providenciamos a assinatura do contrato, o registro no “cartório” da favela e então só sorrisos pra todo lado. Ainda levei a camisa do Brasil pra presentear o diretor e umas fitinhas do Senhor do Bonfim (jurando não se tratar de bruxaria) pra entregar pra (antiga) dona do terreno e pro administrador de Mukuro.

Como se não fosse suficiente a alegria de proporcionar esse momento fundamental na história da instituição, ainda fui presenteado pela turma 6 do colégio, pra qual dei aula e mantenho uma relação gostosa demais com os alunos. Recebi um anel de plástico e duas pulseiras. Vindo de quem não tem nada pra dar a não ser amor, posso afirmar que foi um dos maiores presentes que recebi na vida. Último dia pra contribuir rapaziada. Clica aqui pra saber como! Vambora!

3 comentários:

  1. Super parabens !!!!Que ação maravilhosa !Você já inspirou outras pessoas:a alemã,a arquiteta italiana e com certeza outras ações virão !

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    1. Verdade! E agora a corrente do bem segue adiante.. Maravilha!

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  2. Gentileza gera Gentileza! Parece bobagem mas não é.Sabe aquela história da pedrinha jogada num lago que vai produzindo ondinhas,ondinhas,ondinhas.......

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