domingo, 24 de fevereiro de 2013

Naique Shox Cultural

O choque cultural asiático foi grande. Foi-me dito que a maioria das chinesas daqui da casa nunca deu um beijinho de boca, muito menos viu alguma outra coisa que não a própria coisa. Além disso, uma delas foi casada com um camarada por dois anos por negociação dos pais, e ainda assim nunca deu um beijinho no digníssimo esposo.

Ganhei vários presentinhos de chinesas que foram embora por esses dias. Inclusive um par de hashis (já falei deles antes, na outra casa tinha um bocado) e agora posso até optar por não comer com a mão. Ainda ganhei medicina chinesa, cartões postais e um cabide. Tiraram uma foto minha no medidor de feiura e deu zero (zero é o fenômeno, dez é o cão chupando manga pingando limão no olho). Vou-me embora pra Chinárgada, lá sou amigo do rei.

Pelo regime de governo chinês, eles não têm Facebook (pode procurar por um chinês aí no Facebook, você vai até achar, mas não um que more na China), não podem acessar o Youtube e nem o Twitter. Por isso que muitos deles “surtam” aqui, com a liberdade de sair fazendo milhões de coisas diferentes sem ninguém pra oprimir ou recriminar (até certo ponto).

Alphonse brincando na cozinha.
Hoje acordei tarde e perdi o café da manhã (ainda vou botar uma foto aqui, o lugar é “sensacional” e tem suco de abacate ou de manga), mas ainda deu tempo de limpar o quarto todo. Tinha desde chinelo sem par até camisinha usada embaixo da minha cama, passando por comida podre e outras coisas. Agora é proibido entrar no quarto de chinelo, tá tinindo de limpo esse cômodo tão importante.

Depois de ir pra praia por três dias seguidos (sexta, sábado e hoy), provei uma comida típica que vai muito de encontro com cultura brasileira. Já tinha escutado algumas vezes sobre a situação de fome no Nordeste em que as pessoas cozinhavam farinha com água e era exatamente o que tinha pra hoje.

Homemade Ugali
Ugali nada mais é do que água fervendo e você joga farinha. Acabou. Com isso, você coloca qualquer legume que quiser, mas o pessoal daqui da casa fez um molho de tomate com alho, cebola e Mchicha (um negócio verde que não sei dizer o que).

Então, alimentação funciona mais ou menos así:

Fora isso, as opções de cardápio daqui são escassas e eles têm apenas mais dois pratos típicos, Chips Mayai (omelete de batata frita) e Pilao, que já até mencionei outra vez. Carne é inviável, porque a maioria dos açougues é a céu aberto e as carnes ficam curtindo um bronze sem saber que estão ficando podres por dentro (beleza interior é importante).

Sinto muita falta de qualquer comida. Amanhã pretendo comprar macarrão na vendinha, uns tomates e tentar fazer uma gororoba gostosa. Queijo ralado? Nada disso Regina, por essas terras não há sequer queijo, quem dirá ralado. Pelo menos dá pra comer com o palitinho novo.


Um comentário:

  1. Que tenso! Muita gororoba por aí.
    Espero que você tenha conseguido comprar seu macarrão... vamos fazer um almoço no Topô quando você voltar :-)

    E bizarra as histórias das chinesas... tanto por elas não terem visto outra coisa além da própria coisa da coisa da coisa quanto pela proibição de Facebook, Twitter etc.

    Beijão Bruninho!

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