sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

No Racism


Ainda sobre a primeira casa, lembrei de um troço importante. Como a média de água gasta por pessoa aqui é de 20L/dia (ao contrário do Rio, se não me engano 270L/dia), ninguém lava a louça com água corrente. Como são duas pias na cozinha, uma é tampada e cheia de água enquanto a outra fica vazia. Então todos os pratos, bacias e baldinhos são jogados nessa água suja e é preciso ir enxaguando e lavando enquanto a comida cai naquela água bacana.

Só pra garantir que consegui passar a imagem certa, sabe aquela água imunda da pia que todo mundo tem “nojinho” de meter a mão? Então, é ali que a louça é lavada, cheia de resto de comida dos outros e o cacete. Punk? Nada, delícia!

Mudando o foco, vivenciei uma experiência no mínimo diferente do ponto de vista legal. Chegando ao local da barca, umas 30 pessoas aglomeradas em volta de um só camarada e sentando a porrada no amigo, pra valer. Quando perguntei pros locais da minha casa do que se tratava, me disseram que era um ladrão pego no ato e que quando é assim, não tem polícia não, é mão na cara direto mesmo. Um minuto de silêncio pro ex-ladrão.

Pra falar de coisa boa, o trabalho voluntário de dar aulas de direitos humanos começou essa semana e é sensacional. Estou dando aula em um colégio, St. Thomas e um orfanato, Tabata Muslim. No colégio, a turma tem 70 alunos que não falam inglês muito bem e a média de idade é 16 anos, o que faz a tarefa se tornar um desafio (swahili não dá). No orfanato, são cerca de 60 adolescentes de 18, 19 anos que falam inglês muito bem, então show de bola (acabou a luz, de novo).

Hoje vou falar do povo daqui, passando por racismo.

A população da Tanzânia não é muito receptiva e hospitaleira não, principalmente com quem vem de fora. O problema, aliás, não é nem muito o fato de ser “gringo”, mas por ser branco. Eles têm esse apelido pra quem é branco, “Mzungu”, que comparando, é como se fosse “negão” ou “crioulo” pra quem sofre racismo por ser negro.

Eu ouço Mzungu o dia inteiro, é impressionante. Entrando no ônibus, chegando no trabalho, saindo. Chega a cansar de tanto Mzungu que se ouve aqui. Eu acho que na hierarquia, tem os bêbados, os mendigos e os Mzungus. Ontem mesmo uma senhorinha no Dela-Dela parecia protestar em swahili pelo fato dos Mzungus não cederem o lugar pra ela sentar. E no tempo que estou aqui, só vi outros 4 Mzungus fora os chineses e a alemã da casa que habito.

Pelo Wikipédia, Mzungu significa menino branco e supostamente seria só isso. Mas já foi dito pelo pessoal da casa que mora aqui em Dar es Salaam e é também perceptível que isso é utilizado numa forma pejorativa na maior parte das vezes. Assim como “preto” é uma cor mas pode vir a ofender pessoas negras, Mzungu é só “menino branco”, mas usado da forma “agressiva”.

P.S. Quatro casos de malária na casa, brabo. Preciso ficar ligado, mosquito à rodo aqui.

7 comentários:

  1. gostando, mantenha o blog atualizado com frequencia.

    e claro, falta ilustrações reais do q tu ta vivendo, para de botar foto do barcelona ai porra, e bota foto tua vivendo os perrengues. hahahah

    abraço irmão, e se cuida

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  2. beleza irmão, mas é porque eu trouxe uma camêra e esqueci o cabo! e pra passar do celular pro pc é complicado, a internet no celular é muito ruim! acho que vou conseguir botar foto minha só quando voltar!

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  3. porra que isso.... como q da esse mole?

    manda as fotos pro teu email po

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  4. Coloque fotos dai Bruno!! E boa sorte..! mais detalhe... vc e doido! rsss bjs!

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    1. hahaha, podeixá Polyana! vou tentar botar mais fotos daqui sim! beijos!

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  5. Muito boa a hierarquia!!!
    Idéia, fique bêbado para subir 2 "andares"...

    E curiosidade, não tem polícia nenhuma? Exército? COmo é mantida a "ordem" mínima?

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  6. Pra começar... nunca mais reclamo de lavar a louça.

    Cuidado com a malária, Mzungu!

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