Ainda sobre a primeira casa, lembrei de um troço importante.
Como a média de água gasta por pessoa aqui é de 20L/dia (ao contrário do Rio,
se não me engano 270L/dia), ninguém lava a louça com água corrente. Como são
duas pias na cozinha, uma é tampada e cheia de água enquanto a outra fica
vazia. Então todos os pratos, bacias e baldinhos são jogados nessa água suja e
é preciso ir enxaguando e lavando enquanto a comida cai naquela água bacana.
Só pra garantir que consegui passar a imagem certa,
sabe aquela água imunda da pia que todo mundo tem “nojinho” de meter a mão?
Então, é ali que a louça é lavada, cheia de resto de comida dos outros e o
cacete. Punk? Nada, delícia!
Mudando o foco, vivenciei uma experiência no mínimo
diferente do ponto de vista legal. Chegando ao local da barca, umas 30 pessoas
aglomeradas em volta de um só camarada e sentando a porrada no amigo, pra
valer. Quando perguntei pros locais da minha casa do que se tratava, me
disseram que era um ladrão pego no ato e que quando é assim, não tem polícia
não, é mão na cara direto mesmo. Um minuto de silêncio pro ex-ladrão.
Pra falar de coisa boa, o trabalho voluntário de dar
aulas de direitos humanos começou essa semana e é sensacional. Estou dando aula
em um colégio, St. Thomas e um orfanato, Tabata Muslim. No colégio, a turma tem
70 alunos que não falam inglês muito bem e a média de idade é 16 anos, o que
faz a tarefa se tornar um desafio (swahili não dá). No orfanato, são cerca de
60 adolescentes de 18, 19 anos que falam inglês muito bem, então show de bola (acabou a luz, de novo).
Hoje vou falar do povo daqui,
passando por racismo.
A população da Tanzânia não é muito receptiva e
hospitaleira não, principalmente com quem vem de fora. O problema, aliás, não é
nem muito o fato de ser “gringo”, mas por ser branco. Eles têm esse apelido pra
quem é branco, “Mzungu”, que comparando,
é como se fosse “negão” ou “crioulo” pra quem sofre racismo por ser negro.
Eu ouço Mzungu
o dia inteiro, é impressionante. Entrando no ônibus, chegando no trabalho,
saindo. Chega a cansar de tanto Mzungu
que se ouve aqui. Eu acho que na hierarquia, tem os bêbados, os mendigos e os Mzungus. Ontem mesmo uma senhorinha no
Dela-Dela parecia protestar em swahili pelo fato dos Mzungus não cederem o lugar pra ela sentar. E no tempo que estou
aqui, só vi outros 4 Mzungus fora os
chineses e a alemã da casa que habito.
Pelo Wikipédia, Mzungu
significa menino branco e supostamente seria só isso. Mas já foi dito pelo
pessoal da casa que mora aqui em Dar es Salaam e é também perceptível que isso
é utilizado numa forma pejorativa na maior parte das vezes. Assim como “preto”
é uma cor mas pode vir a ofender pessoas negras, Mzungu é só “menino branco”, mas usado da forma “agressiva”.
P.S. Quatro casos de malária na casa, brabo. Preciso ficar ligado, mosquito à rodo aqui.
gostando, mantenha o blog atualizado com frequencia.
ResponderExcluire claro, falta ilustrações reais do q tu ta vivendo, para de botar foto do barcelona ai porra, e bota foto tua vivendo os perrengues. hahahah
abraço irmão, e se cuida
beleza irmão, mas é porque eu trouxe uma camêra e esqueci o cabo! e pra passar do celular pro pc é complicado, a internet no celular é muito ruim! acho que vou conseguir botar foto minha só quando voltar!
ResponderExcluirporra que isso.... como q da esse mole?
ResponderExcluirmanda as fotos pro teu email po
Coloque fotos dai Bruno!! E boa sorte..! mais detalhe... vc e doido! rsss bjs!
ResponderExcluirhahaha, podeixá Polyana! vou tentar botar mais fotos daqui sim! beijos!
ExcluirMuito boa a hierarquia!!!
ResponderExcluirIdéia, fique bêbado para subir 2 "andares"...
E curiosidade, não tem polícia nenhuma? Exército? COmo é mantida a "ordem" mínima?
Pra começar... nunca mais reclamo de lavar a louça.
ResponderExcluirCuidado com a malária, Mzungu!