O local do acampamento era coisa de louco.
Literalmente. Com milhões de regras pra não ser comido vivo, dormi tremendo e
não foi de frio não. Quem me conhece sabe que tenho medo até da sombra. Agora
imagina ser acordado às três da manhã com hienas e leões fazendo barulhos do
lado de fora da barraca. Pelo menos tenho uma bela história pra contar.
As regras pra sonecar no meio do Serengeti eram
várias. Não podia levar alimento pra barraca, sob perigo dos animais sentirem o
cheiro e tentarem invadir. Acordou e quer ir ao banheiro, tudo certo. Só era
obrigado a esperar dez minutos ouvindo o ambiente pra garantir que não tinha
nenhum bicho ao redor. Claro que sempre havia vários, então urinar não era uma
opção. Fora que eu não sairia da barraca nem depois de ouvir uma hora, porque
sempre tinha algum ruído.
Apesar disso, era seguro. Tanto o motorista quanto o porter (responsável pelas malas e
comida) contaram que em muitos anos de profissão, só viram um acidente
envolvendo duas inglesas desobedientes e trinta e dois leões do lado de fora.
Quiseram abrir e sair no meio da noite pra tirar fotos dos bichinhos, que
bonitinho. O detalhe é que todo animal ali é selvagem, ao contrário do zoológico.
Ah, vale dizer que não tinha cerca nenhuma, claro, nem qualquer segurança ou
vigia durante a noite.
Acordei às seis da matina pra sair em busca de outros
predadores. O leite em pó misturado com água quentinha mais salsichas, ovos e
tomate eram de cair o queixo. Até aquele instante, todas as refeições tinham
sido melhores do que a minha alimentação por todo o tempo em Dar es Salaam. E
pra sair da barraca ainda no escuro? Um pânico desgraçado. Ainda que bem que a
alemã estava disposta a ser a isca e conferir se tinha qualquer coisa se
mexendo do lado de fora.
Eu parecia criança dentro do jipe toda vez que o
carro saía pra dar uma volta. Sem conseguir ficar sentado um minuto, permanecia
de pé com o teto aberto tentando ver algum animal antes dos outros, numa
competição que só eu brincava. Lógico que milhões de vezes jurei ter visto um
leão e quando todos paravam pra olhar era só uma pedra. Estava ficando chato.
Até que encontramos aglomerações de veículos. Sempre
sinal de notícia boa. Quando se está rodando o safári e do nada aparecem
quinze, vinte carros juntos é porque algum bicho grande está lá. Já tinha
acontecido com o Leopardo e com a Cheetah, mas agora eram leões. Dezoito.
Demorou um tempo até chegar perto, mas quando nos aproximamos foi absurdo de
bacana. Imagine só dezoito leões juntos curtindo uma brisa na savana.
Aí comecei a tirar fotos e admirar. Já estava sendo
sortudo o suficiente de ver tantos animais assim, principalmente levando em
consideração que não há garantia de ver sequer um. Quando o grupo de zebras
passou, duas leoas prepararam o bote e filmei quase tudo. Todos os leões
olhando pra situação de camarote enquanto duas felinas preparavam a ceia.
Insira o adjetivo aqui.
No mesmo dia, levantamos acampamento e partimos
pra Ngorogoro Crater. Se a paisagem antes era inexplicável, agora é que
complicava mesmo. Tirei milhões de fotos mentais pra nunca esquecer do que vi.
Pagar barato tem suas desvantagens e o carro quebrou pertinho de alguns bichos
selvagens, o que foi uma verdadeira aventura. Ainda deu pra ver várias tribos
Masaai (que moram dentro da reserva) tocando gado no caminho. What a day.
ainda estou tentando incluir o adjetivo no local indicado. Sem palavras, mas acho que inveja, boa claro, seria o melhor pra mim nesse momento!
ResponderExcluirhahahaha
saudades pra caralho!
Ih, tem muita viagem pela frente ainda irmão! Vai ser tão absurdo quanto!
Excluirsaudades é mais fácil de "adjetivar", pelo visto! hahaha saudade