Completei uma semana de Quênia ontem. Quantas
informações, frustrações e sentimentos em apenas sete dias. Acontece que a
semana inicial, seja na África ou em qualquer outro lugar, é de surtar. Da
mesma forma quando se assiste a um filme de terror esperando pelo susto e se
toma o susto de qualquer jeito, não adiantou nada me preparar pra primeira
semana. Foi brabo.
Começou pela recepção de sessenta dólares furtados na
fronteira junto com o esquecimento da galera da AIESEC de que eu estava
chegando. Depois não sabiam onde me acomodar e fui direcionado pra casa longe
do trabalho, apesar da existência de uma casa a poucos metros do labor. Sem
problemas, descobri que essa casa é bem melhor que a outra. Ahá.
Nesse começo, o desespero é evidente. Sem noção
nenhuma da cultura, dos hábitos e de como proceder pra tudo (até pra comer),
bate um nervosismo sem igual que, se não for controlado, gera insegurança,
insatisfação, medo e vários sentimentos bastante negativos. O primeiro contato
com o trabalho não foi dos melhores e, sozinho, foi o suficiente pra ativar o
surto interno.
Agora as coisas começam a se ajeitar. Não vou mais
sozinho pro colégio, recebi a companhia de um finlandês estranho à beça.
Maravilha, não preciso enfrentar os leões por conta própria. Ao som de don’t worry, be happy, vou trabalhando
em alguns projetos pessoais, dando voltas ao redor da casa pra me ambientar e a
tempestade vai aos poucos sumindo. Que alívio, tava f***.
Sete dias passaram a lá Chamado, com a diferença de que melhorou. Espero mais alegrias
daqui pra frente. Por outro lado, errar é humano, errar duas vezes é burrice.
Mais uma vez deixei os sentimentos ruins prevalecerem e perdi a oportunidade de
conhecer um alemão e uma canadense que foram embora ontem. Se pudesse fazer de
novo, teria me aborrecido menos com problemas que “se resolveram” e degustado
mais esse comecinho de Nairóbi.
Resta a mim curtir o final de semana. Hoje tem evento
AIESEC e dá pra conhecer uma galera boa. Bacana, uma vez que na minha casa só
tem um holandês e o esquisito do frio. O parceiro de Amsterdam vai embora na
segunda-feira e por duas semanas serei só eu e o nórdico. Essa casa precisa de
outras cores. Pra bom entendedor, meia paleta basta.
Tenho recebido algumas ameaças à barba,
principalmente por parte da família. Saibam todos que ao retornar, vou proteger
esses pelos nojentos na minha cara como se fosse um tesouro. Não aceito mais
copos d’água de vocês e até da comida vou ter que desconfiar. A batalha será
árdua, recomendo que vocês se preparem para o duelo. This. Is. África!
Desde já me ofereço como soldado do exercito da Tia Fernanda e cia. Hahaaha
ResponderExcluirUm abraço, saudades