A cidade de Arusha sabe falar português. Não apenas
sabe como entrou no blog, leu que eu não tinha curtido muito ontem e compensou
legal. Depois da notícia que o safári começaria só na terça e não mais na
segunda (hoje), tive que arrumar o que fazer neste feriado nacional. Em contato
com um guia, vivi mais um daqueles episódios do Inacreditável Futebol Clube©.
Fechei por
quinze dólares um passeio ao Meserani
Snake Park, um mini zoológico com as cobras típicas da região e outros
animais. Apesar da entrada de outros quinze dólares ser meio salgada, valeu a
pena. Cada cobra mais malvada que a outra. Pra coroar a passagem no parque, uma
foto com essa pequenininha aparentemente inofensiva. Essa cara foi a melhor que
eu consegui fazer pra fingir que eu não estava quase chorando de medo.
Ainda tem dentro desse parque um museu de cera com a
vida das tribos da região. Não valia nada, porque a minha próxima parada era
uma tribo Masaai perto da vila Monduli. Não uma tribo pra gringo ver, mas uma
autêntica, com todas as vestes e hábitos ainda praticados.
No caminho lamacento, por ter chovido cântaros ontem
à noite, passei por um mercado Masaai de compra e venda de boi. Nesse instante,
fiquei sabendo que um bovino custa a bagatela de quinhentos mil shillings (uns
seiscentos reais). De repente por isso que deliciar uma carne por aqui é tão
raro. Eu sequer cogitaria abater um bicho que vale tanto pros padrões locais.
Depois de avacalhar meu tênis completamente, encontrei
uma tribo aparentemente fechada. No entanto, alguns cães (vacas, burros e
bezerros) guardavam o território melhor que qualquer segurança particular. Encontrei
duas crianças Masaai, com as quais tirei fotos e visitei o interior das casas. A
missão ainda não estava completa.
Saindo de lá pra alguma tribo mais povoada, achei uma
de duzentos e cinquenta habitantes com milhões de crianças me recepcionando aos
berros de Mzungu. A aldeia tinha
várias casinhas de barro e acabei provando uma iguaria tribal cujo nome desconheço
na cabana de uma anciã. Preciso ler essa frase várias vezes pra mim mesmo, pra
assimilar o fato descrito.
Uma experiência muito engraçada que aconteceu foi a
seguinte: a alemã trouxe tic-tac pra Tanzânia e tinha um pouco na bolsa. As crianças sempre pedem algo dos “meninos brancos” e receberam umas balinhas
pra acalmar os ânimos. A reação delas foi impagável. Todas pararam ao mesmo tempo
e começaram a “assoprar” pra sentir o fresquinho da bala. Não posso afirmar,
mas talvez tenha sido a primeira vez que experimentaram uma balinha geladinha
(apenas duas calorias).
A arte de se fazer um dia surreal de um dia
ordinário. De manhã cedo, infelizmente mais um dia em Arusha. Agora, às três da
tarde, a felicidade por ter ficado aqui pra vivenciar os acontecimentos acima. Essa
prática não exige África, viagem ou férias. Todos têm a capacidade de fazer um
dia sensacional do nada. Uma atitude diferente daquela do dia anterior pode
gerar resultados inesquecíveis. Namastê.
porra, do caralho esse post irmão!!!
ResponderExcluirpor que tu não roubou a lança de um homem da tribo aí e saiu invadindo as casinhas deixando a lança na porta? Deu mole...
hahahah
saudades
Hahaha não dá pra competir com os camaradas não, irmão.. sabe como é né! Sem condições! Saudades, beijo
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