quinta-feira, 21 de março de 2013

Vivendo de Passado



Parti pro Museu Nacional da Tanzânia pela manhã. A entrada custaria seis mil e quinhentos shillings, não fosse pela minha velha carteirinha de estagiário da OAB utilizada como comprovante de estudante. Acabei pagando dois mil e seiscentos e economizei uma bela refeição. Um brinde ao jeitinho brasileño. Coração bom tenho, mas santo homem também não sou.

O passeio começou meio decepcionante. A primeira ala do museu é uma aulinha bem básica de biologia, com quadros de papel e uma série de panfletos sobre a evolução do homem. No entanto, isso se dá porque alguns fósseis fundamentais pra compreensão do desenvolvimento humano foram encontrados nessa região. Evidências de gerações homo (sem trocadilho) de três milhões de anos atrás.

A história política do país é espetacular. Pra fazer um rápido resumo, Zanzibar, Dar es Salaam e boa parte da costa leste africana se tornaram imensos mercados de negociação de escravos (slave trade), sob domínio de sultões. No século dezenove, a propriedade passou ao domínio alemão. O pessoal da terra do Oktoberfest construiu escolas e hospitais, mas não eram bem vistos pela população local, que sempre arrumava quizumba com os pobres amigos do Kaiser.

Depois da primeira guerra mundial, essa parte do continente conhecida como German East Africa, inclusive com moedas na língua alemã (Rupies), passou ao domínio britânico. Essa rapaziada da terra da rainha até fez um bom trabalho, mas quase que pacificamente cedeu à independência (ou morte) da nação Tanganyika.

Foi em 1961, que menino ainda garoto Julius Nyerere (primeiro-ministro do regime britânico), tanzaniano de berço, arrumou a casa e tornou Independiente a nação tanzaniana. Porém (há porém), Tanzânia só virou Tanzânia oficialmente depois da união meio mequetrefe com a República Revolucionária de Zanzibar, que segue semiautônoma. Cinquenta anos de independência é nada. O país segue de fraldas.

O último aspecto político curioso é a presença de apenas um partido significativo, o Chama Cha Mapinduzi. O que significa dizer que apesar da democracia com direito a voto, não existem grandes opções na hora de votar. Encontrei um quadro com todos os presidentes desde a independência. Esse quadro tem quatro presidentes, já que o mandato é de cinco anos com opção de mais cinco (curiosamente sempre exercida).

Findo o resumo histórico, tomei meu rumo pra sala dos desenhos nas pedras. Apesar de não ser do meu extremo interesse, foi bem bacana saber que assim como se distingue a arte através dos séculos, também existe uma diferenciação grande entre as figuras rupestres ao passar das eras. Segui pra uma nova parte biológica, dessa vez sobre os animais de cá. Nada demás, mas sempre bom saber das cobras e sapos venenosos que podem habitar o mato em volta da casa.

Concluindo minha excursão ao passado, fui pra sala de culturas e hábitos africanos e tribais. Tem cada objeto sensacional, mas já tinha planejado dedicar uma publicação inteira ao assunto mesmo antes de ver as doideiras que vi hoy. Como saí do museu ainda cedo, resolvi tentar entrar no parlamento pra conhecer de perto e... capítulo seguinte!

quarta-feira, 20 de março de 2013

Cara e Coroa


Não é só de miséria que se constrói uma Tanzânia. Se alguém lançar no Google e visualizar o satélite, vai encontrar uma parte pequena da cidade com construções dignas de Avenida Rio Branco. Esses prédios possuem escritórios de bancos e empreiteiras e até ar condicionado. Meu deus, ar condicionado. Quantas saudades.

 As áreas residenciais distantes do centro da cidade são todas num nível de miséria e pobreza que foge de qualquer senso comum. No entanto, na área comercial alguns arranha-céus dão a impressão de que o país realmente vai a algum lugar. Apesar da concentração desses investimentos em só um local e da nação ser quase uma “novidade” no cenário internacional, existe um crescimento.

O perigo é o bambu crescer virado. Já diria o filósofo, pau que nasce torto nunca se endireita. Neste momento inicial de crescimento e modernização (precária, mas modernização), deve se tomar todo cuidado do mundo pra direcionar os esforços pra um desenvolvimento correto. Os prédios são muito bonitos, mas sem luz pra trabalhar, fazer com que as empresas tenham que adquirir geradores como condição de trabalho joga bastante interesse pra longe daqui.

Pra mostrar uma parte do centro da cidade, resolvi cometer um ato revolucionário no meio da rua. Assim que avisei uma placa de “Não Pare”, parei. Essa foto foi tirada assim que cheguei aqui. Quero ver quem vai me botar pra ver o sol nascer quadrado agora. Viva la revolución!

De qualquer forma, hoje tive uma reunião sobre o trabalho voluntário, que infelizmente está chegando ao fim. A escola muçulmana teve seu fim decretado e infelizmente não consegui dar todas as aulas lá que deveria, ora por falta de organização no calendário escolar, ora por exames nacionais obrigatórios no caminho. Fiquei bastante triste, mas feliz por ter aprendido tanto e pelo sentimento de ter contribuído com a formação e a conscientização de vários garotos.

Aliás, essa reunião ocorreu num local chamado Steers, conhecido também como paraíso. Além de ter ar condicionado (obrigado Senhor), vendia hambúrgueres e tive a oportunidade de ver pessoas comendo com garfo e faca (foi a primeira vez aqui depois de um mês e pouco). Pro meu azar, não ando com mais de cinco mil shillings no bolso. Isso é suficiente pra ir, voltar e ter uma refeição normal, mas só um hambúrguer suculento com acompanhamentos era nove mil shillings (uns oito reais). Fiquei na vontade. Trouxa.

Também pudera. Desde que cheguei aqui, apelidei as quartas-feiras junto com a parceira alemã de projeto de Black Wednesday. Tudo que pode dar errado nesse dia dá. O ferry parou de funcionar tanto indo pro centro quanto voltando pra casa e nos dois Dala-Dalas (pronúncia certa, descobri hoje) fui em pé com as costas no teto. Quando contei a um tanzaniano o apelido da quarta-feira, dizendo que tive um White Wednesday noutro dia que não saí de casa, fiquei com medo de ter sido racista. Eita ferro. Pra fechar, Emílio Santiago descansando no céu. Agora, a verdade tinha que ser justamente chinesa. Que sacanagem.

terça-feira, 19 de março de 2013

Don't Do Drugs


Saindo pra almoçar hoje debaixo de chuva com duas comadres e um compadre, fomos ao local preferido pra comer Chips Mayai. Finalizada a santa ceia de omelete de batata frita, compadre afirmou que precisava comprar água pois seu estoque de H2O chegava ao fim. Sozinho, lá se foi e nos encontrou posteriormente sem garrafa ou nada.

Como macaco velho não trepa galho seco, logo percebi que não se tratava de água mas de folhas. Não alface, mas plantas do capiroto, daquelas que menino Marley cultivava bastante durante sua trajetória rastafári. Algumas brincadeiras depois, compadre confessou realmente ter se dirigido ao meliante vendedor de herbáceas já que seu estoque havia acabado (essa frase era verdade).

Essa história apenas serve como ilustração de uma mentalidade que assola a Tanzânia: drogas. Na primeira casa que fiquei, percebi que os nacionais consumiam álcool até no café da manhã. Na segunda casa o fruto proibido não era mais etílico, mas proveniente do matagal (salve Bezerra). Uma parte considerável da população faz apologia aberta aos dois tipos nas ruas, através de camisetas e adesivos.

Não acredito que caiba qualquer julgamento nesta situação. Como é de conhecimento público, as drogas são muitas vezes utilizadas como válvula de escape aos problemas cotidianos. Confrontar a realidade africana pode levar indivíduos a procurarem uma “solução” na fuga. É mais fácil, ainda que absurdamente menos eficaz, correr das dificuldades do que ficar batendo cabeça até achar a saída.

Engraçado atestar que as drogas sintéticas e conhecidas como “pesadas” não chegaram aqui ainda. Apesar de existir todo esse movimento pró-drogas (embora não haja qualquer intuito de legalizar), os “escapes” utilizados aqui são maconha e álcool apenas. As outras não foram inseridas na sociedade. Não que não haja, mas não fazem parte do vocabulário da delinquência.

Outro dia ocorreu um incidente. Duas chinesas surtadas, acostumadas com o regime liberdade zero da bandeira vermelha, furtaram uma quantidade considerável de suplemento verde de compadre e sem saber o que fazer, ingeriram tudo. Passando muito mal, quase foram levadas ao hospital. Dia seguinte uma delas ainda veio me contar que havia brincado com os anjos nas nuvens. Só rindo mesmo.

Sou incapaz de opinar e criticar, mal ou bem, qualquer comportamento direcionado às drogas. Falta informação suficiente sobre as drogas em si e mesmo vivendo aqui, falta conhecimento sobre a severa condição em que vivem os cidadãos tanzanianos. Adianto que de acordo com estatísticas, 85% da população é pobre e vive com menos de um dólar por dia. Algum juiz se aventura?

Depois da Tempestade


A tormenta acabou. Esperei o dia inteiro por uma ligação ou uma mensagem de alguém responsável pelo processo de recuperação do meu passaporte, mas não aconteceu. Ao invés disso, oito horas da noite, bastante desanimado pela perspectiva de ter que resolver no dia seguinte, uma residente da casa mais vigiada do Brasil (alô Bial!) chega portando o meu passaporte.

Parecia natal. Fiquei absurdamente feliz e tratei de comemorar comprando batatas pra todos (calma que cada uma é setenta centavos de dólar). A felicidade não era nem só pelo fato de ter o documento em mãos, mas por ter evitado uma série de constrangimentos que poderiam ter ocorrido.

Por exemplo, a chance de pagar duzentos e cinquenta dólares. A possibilidade dos agentes não serem oficiais de fato e nunca mais ver meu passaporte de novo. Em consequência, ter que tirar um novo na embaixada brasileira que eu nem sei onde há. Ter que abandonar o trabalho voluntário e voltar pro Brasil. Tudo podia acontecer, mas acho que já deu pra entender.


Nessas ocasiões, duas perguntinhas são essenciais: por que e pra quê? Qual teria sido a motivação do fato e o aprendizado por trás dessa experiência? Normalmente exigiria um longo período de tempo brincando dessa brincadeira de reflexão, mas confesso que nem precisei pensar demais. A resposta veio prontinha na minha cara.

É incrível como um evento negativo pode cegar todos os acontecimentos positivos. A minha primeira reação foi falar mal de todo mundo, do país, da economia, da cultura, dos hábitos. Toda a construção e compreensão da viagem e do idealismo foram por água abaixo. De um instante pra outro, uma série de pensamentos absurdamente negativos vieram à tona amaldiçoando cada pedaço de terra.

E ta aí a lição. Quantas inúmeras vezes nos apegamos a um fato ruim que se torna capaz de omitir e esconder toda a maravilha por trás dele. Ontem passei o dia inteiro com a cara fechada, transtornado com o acontecimento tentando me convencer de que existiam muitas coisas boas além dele. Claro que havia, mas no momento da raiva fica complicado de acreditar.

Foi necessária calma na condução do processo, paciência ao longo do dia, repetição de um otimismo pra me persuadir e controle emocional (que reconheço ser tão bom nisso quanto lavar a roupa e sou campeão do mundo em avacalhar a vestimenta). Tomara que pelo menos alguma dessas situações tenha dado pra absorver. Acima de tudo, a sabedoria de que quando tudo for de mal a pior, força na peruca porque tem muita coisa sensacional por trás da fumaça.



segunda-feira, 18 de março de 2013

Enquanto Isso


Tive que cancelar a aula hoje e ficar esperando ordens do pessoal da casa pra irmos todos resolver o imbróglio do meu passaporte. Primeiro, me informaram que iríamos lá as dez da matina. Depois mudaram os planos e disseram pra ficar aguardando a convocação de alguém na casa pra partir pra central de controle de imigração.

Como chove lá fora e aqui, faz tanto frio, o dia tem sido ocioso de um jeito bastante negativo. Embora estar ocioso e aproveitar esse ócio pra exercer várias inteligências seja positivo, não é tão fácil ou legal fazer isso durante momentos de ansiedade. Morrendo de fome e ainda sem gás, o pé d’água não dá trégua nem pra correr atrás do rango.

Por ser mais difícil ser otimista em momentos mais complicados, venho tentando praticar a arte do copo meio cheio durante essa segunda-feira. Ver o lado bom ou o lado ruim é questão de perspectiva. Alguns amigos meus falaram que é justamente por esse tipo de acontecimento que o país é assim. Até faz sentido, mas tem bastante coisa boa aqui también!

Mesmo sendo um indigente em um país africano, já que não possuo documentação válida internacionalmente, poderia ser pior. Enquanto sento confortavelmente no sofá, escrevendo no meu computador ao lado do meu celular (esperando uma mensagem que me tire de casa), a chuva torrencial sempre me lembra das criancinhas na chuva aguardando suas garrafas encherem.

Enquanto isso, tem gente que ao invés de estar preocupada com a falta de alimentação do dia, tá preocupada com a falta de alimentação do mês ou do ano. Enquanto isso, milhões de pessoas desconhecem a existência de outros países e outras realidades por falta de educação. Enquanto isso, várias crianças dos colégios que fui sofrem com a falta de perspectiva profissional futura.

Não adianta nada ficar afobado ou exaltado com esse caos do passaporte. Tomar atitudes impulsivas ou agressivas agora só complicaria ainda mais. É bem verdade que desde a invasão dos “capangas”, uma parte da ideologia e da boa vontade quase foi por terra. Ficou por um fio, mas tá aí ainda, firme e forte. Cenas dos próximos capítulos em breve. Alguma ideia de coisa pra se fazer esperando?

P.S. Um novo capítulo de violência ocorreu por terras tanzanianas. Uma alemã da outra casa saiu à noite com mais algumas pessoas e resolveu pegar ônibus pra economizar. Enquanto aguardava o transporte, um carro passou e agarrou sua bolsa. Sem querer perder os pertences, a alemã segurou firme e foi arrastada pelo asfalto por alguns metros, até não aguentar mais e largar.

domingo, 17 de março de 2013

Púliça


Meia noite de sábado, um local da casa chamado Suitbert me acorda aos gritos. Sem entender nada, pergunto o que está acontecendo de errado pra ele me despertar daquela maneira.  Numa voz meio nervosa, ele diz que os inspetores de controle da imigração estão na casa e querem ver meus documentos. Oi?

Assim que cheguei no aeroporto, tirei o visto e paguei cinquenta dólares por isso. Aliás, posso praticamente dizer que só peguei o carimbo porque quis, já que o controle de saída do aeroporto era tão eficiente quanto questionário realizado na saída do Maracanã em final de brasileirão. O que poderia motivar a presença de oficiais do governo tanzaniano na minha casa naquela hora?

Primeiro pensei que seria um assalto ou algo assim. Não faria sentido nenhum os federais visitarem uma residência na virada da noite, no meio do final de semana. Então perguntei pros locais se eles haviam confirmado identidades, anotado números de documentos e demais providências. Suitbert me garantiu que se tratavam realmente de agentes.

Neste momento, eles já estavam na porta do meu quarto. Nem pra fazer a gentileza de esperar descer as escadas. Foi só o tempo de acordar, procurar o passaporte e entregar na mão dos caras. Eram quatro no total, uma mulher e três cidadãos com uma cara esquisitíssima. Muito desconfiado, esperei eles analisarem meu passaporte até o veredito final.

Finalizado o procedimento policial, começaram a conversar em suaíle com outros moradores da casa. Muito puto da vida, intervi perguntando qual era o problema. A alemã que também entregou o passaporte estava muito nervosa do meu lado e teve que sentar pra se acalmar.

Os federais perguntaram qual era o propósito da minha permanência no país, que informei se tratar de trabalho voluntário. Nesse momento, todos eles riram e disseram que o visto pra trabalho voluntário era do “Tipo C” e iria me custar a bagatela de duzentos e cinquenta dólares. Transtornado, segurei a onda pra manter uma expressão amistosa.

Os sujeitos fizeram menção de descer pro andar de baixo, então pedi meus documentos de volta. Além de não me entregarem o passaporte, queriam me levar ao controle de imigração pra regularizar a minha situação antes que se configurasse crime. Sendo preferível ir junto a deixar o documento com pessoas desconhecidas, fui instruído por Suitbert mais uma vez a deixar levarem tudo que resolveríamos todos na segunda-feira.

Conclusão da obra: estou sem documentação, preciso ir ao controle de imigração amanhã e com um humor do cão. Não só “invadiram” a casa à meia-noite do final de semana como levaram meu passaporte de brinde. Os locais avisaram que tentarão resolver sem qualquer custo, já que não tenho qualquer intenção de arcar com os custos da extorsão. A prática do Anger Management nesse domingo será intensa.

sábado, 16 de março de 2013

Socialização Social: Parte 1


Um dos maiores aprendizados do intercâmbio é viver em comunidade. Não por causa do convívio com outras culturas e conflitos deste naipe, mas porque dentro da casa existe um verdadeiro regime de coletividade. Nada é seu, tudo é de todos. O meu chinelo é usado por homens e mulheres de várias idades e a comida adquirida deve ser comprada visando o paladar geral da nação.

O meu computador não é meu computador e fruta que eu comprei não é só minha. A bebida que eu bebo deve ser compartilhada e as atividades todas devem ser realizadas em grupo. Caso se queira sair do grupo pra entrar no computador, por exemplo, é quase desejado pedir licença. Ainda assim, se deve torcer pra que não haja ninguém curtindo um suor na sua cama. Acho que o que realmente é meu são as cuecas e a dignidade.

Exageros à parte, a vida dentro desta residência não é pra bom burguês. No começo foi bastante complicado entender essa lógica e fiquei muito ciumento em relação as minhas coisas. Quando sumiram com meu chinelo e o mesmo só brotou de noite foi difícil de aceitar. Afinal, que história é essa de sair pegando coisa dos outros assim sem pedir? Nunca tinha visto disso.

As time goes by, se passa não apenas a respeitar, mas até a gostar desse sistema. Algumas vezes, morrendo de hambre, fui surpreendido com a chegada de comida (grátis) de boa qualidade. Em outras, precisando de uma nova sandália, adotei um calçado de dedo de fora esperto que um chinês havia abandonado.

Cheguei a duas conclusões básicas em relação ao regime. A primeira é que, talvez por ter crescido e sido influenciado por uma sociedade “egoísta” (calma que ainda não virei o Che), tive imensa dificuldade em compartilhar os meus pertences. Um sentimento esquisito de posse que inicialmente prevalecia sempre que alguém tocava em alguma coisa minha. Com tanta dificuldade e tanto problema ao redor, não vale a pena agir dessa forma. Todo mundo junto é bem bacana também.

A segunda é que, por mais que seja bacana, todo mundo precisa de uma individualidade, de alguma coisa pra chamar de sua. Esse sistema faz com que os preguiçosos que não façam nada o dia inteiro acabem com a mesma fatia do bolo de quem ralou pra conseguir aquela batata-frita fria de final de noite. Esse modelo acaba gerando um comodismo fora do comum e uma injustiça não tão legal.


Resolvi variar e lancei um vídeo da casa aqui hoje! Vale a pena conferir pra quem queria ter uma ideia do cotidiano. Há algumas semanas, os sofás não existiam e todos os quartos estavam imundos. Assentos providenciados e uma limpeza geral sob batuta brazuca. Já tá dando pra chamar de casa. De todo mundo, mas também minha. Casa.