Existe uma piada (pesada) que diz
que Papai Noel não passou pela África porque criança que não come não ganha
presente. Não seja por isso, natalino. Pode vir e vem voando! Hoje, nós (eu e
todos vocês que contribuíram) conseguimos garantir a alimentação de cento e
sessenta crianças pelos próximos dois meses com quatrocentos e trinta e dois
dólares. E isso é só pra começar.
Arrumei com dois professores da
Childrock de irmos todos atrás de todos (sim, todos) os livros didáticos
necessários para as crianças, todas as matérias e todas as séries, na
sexta-feira. Portanto, nessa sexta mesmo, podem esperar fotos de material
escolar à beça. Acabou? Claro que não. O bonde não para e o show tem que
continuar.
Visitei também o local em que o
banheiro será erguido, começando nesta quinta-feira. O seguro morreu de velho e
a demora se deve ao grau de exigência altíssimo que impus aos administradores
do colégio. Quer fazer? Vamos fazer. Mas vai ser do meu jeito. A obra será
dividida em etapas ou fases, pra garantir que o dinheiro entregue corresponda
ao cumprimento de X metas ou à compra de Y materiais.
A foto do local (com Erick, o diretor) é essa e os
ambientalistas nem se movam das cadeiras, porque o rio não servirá como
depósito de dejetos e nem se tornará o Piscinão de Ramos do Quênia. O alto
custo da obra se deve tanto à conexão das fossas ao sistema de esgoto da cidade
quanto à necessidade de elevação do toalete pra que não fique na altura do rio,
sujeito à destruição causada por cheias e enchentes.
Preciso compartilhar o que
aconteceu de mais maravilhoso no dia. As crianças fizeram uma festa pra
comemorar a existência de comida pelo período contínuo de dois meses. Das
milhões de lições que podem se tirar desse fato, fica pra os privilegiados do
mundo (nós) ao menos a mais evidente delas: a gratidão imensa por ter alimentos
todos os dias na frente da mesa.
Voltando pra casa com a energia a
mil, conheci Amós, que pela bíblia, significa o “carregador de fardos”. Esse
menino de dezenove anos, trabalhando como guarda de prédio pra faturar o seu pão,
tirou B- no vestibular queniano e não se qualificou pra medicina, seu sonho.
Viemos conversando porque ele não me pediu comida, dinheiro ou algo parecido,
mas uma bolsa de estudos.
Peguei o seu telefone e disse que
tentaria arrumar alguma forma de patrocínio por organizações que vivem de fazer
esse trabalho. Se alguém souber de alguma forma pra mandar esse rapaz pra
faculdade de medicina, ainda que fora do Quênia, por favor se manifeste. Parece
pouco, mas mudar a realidade de uma pessoa pode significar mudar a realidade de
várias no futuro.
Voltando ao ritmo das comemorações e
celebrações, a meta de dez mil reais foi superada. Isso mesmo. Se na última
atualização tínhamos R$9.273,82, a cifra agora é essa: R$11.073,82. Onze mil
reais que equivalem a pouco mais de U$5.000,00 (cinco mil dólares) na cotação de 2,14 (padrão do cartão internacional). Contamos com todos vocês que tá bonito de dar gosto! Parabéns a todos!
Bruno, queria te passar minha grande admiração pela sua iniciativa e dizer que seus relatos de uma realidade cotidiana completamente desconhecida pra mim me fazem refletir sobre e repensar a minha própria.
ResponderExcluirUm abraço e sim, continue com o show!
Nick, que surpresa boa meu camarada!
ExcluirMuito obrigado pela admiração! Fico ainda mais feliz pela reflexão causada, porque o objetivo do blog sempre foi esse, desde o começo. Uma tentativa de passar a realidade daqui pra fazer a gente repensar sobre nossos valores e consciência.
Abração parceiro! Continuemos todos juntos nessa!
Hoje Bruno Luther King falaria "I HAD A DREAM..."
ResponderExcluir1º META BATIDA...
Que venha a 2º,3º,4º...
Abraçãoooo