Poderia ser pior |
Ontem não consegui escrever o blog
de tão “pê da vida”. Não apenas recebei uma cotação detalhada pras obras do
banheiro que giravam em torno da casa de U$2.200,00 (dois mil e duzentos
dólares), como presenciei alguns furtos dentro da minha casa. Pois é, ontem foi
barra. Mas nada como um dia após o outro, porque quase tudo foi solucionado e
explicado.
Começando pelo mais importante, cuspi
marimbondo quando recebi o e-mail com os valores astronômicos do banheiro.
Quando conversei com os administradores, eles me garantiram que a obra toda seria
entre U$1.400,00 e U$1.600,00. No entanto, toda pessoa sabe que qualquer obra
tem seu valor dobrado logo depois que se começam os preparativos e as aquisições
de material.
Já esperava sim um pequeno reajuste
no valor, essa rapaziada da construção civil não é mole. O problema é que o
custo dos materiais na planilha estava em U$1.700,00 com algumas superfaturadas
e o custo do salário do camarada que iria cavar a fossa, U$500,00.
Sinceramente, se dentro de uma favela fossem cobrados quinhentos dólares por uma
pequena obra, ninguém faria nada nunca.
Ademais, superfaturar obra com
intuito de ajudar a comunidade é de um mau-caratismo ímpar. Sim, pode parecer
muita expectativa da minha parte, porque negócio é negócio e ninguém se importa
com a finalidade. Ainda assim, fosse por patriotismo ou o mínimo de coração,
não custava nada (ou custava, aparentemente) propor algo em valores razoáveis.
Desabafo feito, vamos pra parte
boa. Cheguei no colégio pra comentar com o diretor, Erick, sobre o e-mail e a
minha raiva em relação à situação. Pra minha surpresa, fui recebido com explicações
agradáveis e um planejamento bom. O diretor me contou que havia pedido o
orçamento pra saber quais materiais comprar, adquirir por conta própria e
colocar a própria comunidade pra trabalhar em cima do banheiro.
Disso decorre que não só os
materiais serão bem mais baratos, quanto o custo do trabalho será bastante
reduzido. Espero chegar na casa dos U$1.700,00 no máximo. Tenho certeza que
Erick irá trabalhar incansavelmente pra reduzir os custos, uma vez que quanto
mais verba “sobra” (da receita do banheiro), mais podemos aplicar em livros,
comida e outros itens (com as contribuições não direcionadas).
O meu dilema é: quero comprar todos
os materiais com o diretor, mas não posso ir junto. Avistar o Mzungu é sinônimo de oportunidade de
ganhar dinheiro fácil e é realmente esse o pensamento predominante. A fiscalização
na compra dos materiais e na realização das obras será completa, mas não posso
aparecer como o financiador dessa iniciativa pra não jogar o poder de barganha
por água abaixo.
Mais relaxado, tive um dia
sensacional. É realmente questão de se abrir pro mundo. Em Mukuro fui cumprimentado
por todos. Claro que sobrou um “Jesus” no meio, mas foi só eu atender ao
chamado que o menininho saiu gritando pros amigos que eu realmente era O cara. Quanto
ao furto dentro da casa, um shampoo sumiu ontem e um desodorante hoje. Tem
alguém precisando ficar cheiroso de qualquer jeito.
Atualização e excelentes notícias: R$6.994,00.
Dá pra falar sete né? Quero R$10.000,00! Vamos!
Pooo e eu aqui preocupada achando que era objeto serio!!! Td bem que o ato por si só ja revolta e te coloca em estado de alerta e na boa, em casa é o ultimo lugar que vc quer estar em alerta!! Mas que bom que foi so um shampoozinnn...Adoreeeei a noticia da solução para redução de custo!!! Vc é O cara e o Erick seu ajudante...! rs Tive uma ideia mas essa vai por inbox... Keep strong man!!!!!
ResponderExcluirNão é nem pelo objeto, mas pelo furto! Começa assim, um shampoo aqui, outro desodorante ali. Daqui a pouco é computador, dinheiro.. Quem diz é quem é, madame! Estamos juntos nessa empreitada!
ExcluirKeep strong, woman!
Antes tivessem roubado a maquina de barbear ou a gilette... :P
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