Primeiro, pensei na injustiça de me divertir em comparação
com o final de semana das crianças do colégio. Concordo que não vim fazer voto
de pobreza, mas um dos maiores desafios tem sido distinguir a realidade “rica”
da realidade miserável. Entender que estou fazendo o meu melhor pra melhorar
esse quadro, mas enquanto isso a vida não pode parar. É muito difícil.

Dali pra várias boites em Westlands. Na maioria delas
(quase todas) não se paga a entrada. Mesmo assim, não queria ir não. Não sou fã
de noitada nem em hometown Rio de
Janeiro. Como todo mundo da minha casa foi, não me restou opção (muito caro
voltar pra residência sozinho e viva a zurice). No final das contas até me deu
vontade de ir pra ver como funcionava, de curiosa idade.
O nome da primeira casa de evento era Havana, mas não
tinha música cubana. Ao contrário, era conhecida não pela presença de latinos,
mas de vários Mzungus que habitam a região. De várias idades, de muitos amores
(salve Martinho). Se por um lado não era necessário esquentar tanto a cabeça
com violência, por outro a figura do “Mzungu Rico” é um atrativo desagradável.
Todo mundo pensa que o branco tem dinheiro e a meninada cai dentro sem dó nem
piedade. Não, obrigado.
A segunda casa se chamava Changes e nem cheguei a ir lá
porque a rapaziada da minha casa quis ir embora antes. O finlandês bêbado feito
um gambá e o holandês com a namorada que chegou pra viajar com ele pelo Quênia.
Mas que bela equipe. Reza a lenda que as boates de Nairóbi são bacaninhas, mas
a mulherada se esfrega que nem lagartixa por dois motivos: atração e furto.
Majoritariamente furto.
Relato de alguns alemães que foram várias vezes: as
meninas começam a rebolar em cima de você como se não houvesse amanhã enquanto
vão dando tapinhas nos bolsos pra o conteúdo ir saindo da calça. O conteúdo é o
celular e o dinheiro, seus pervertidos. Além dessa técnica, me contaram que
caso você se agarre a alguma cidadã, os outros aproveitam e tiram tudo do seu
bolso enquanto o trouxa pensa que é a menina desvendando locais.
Se ir pra noitada já não era muito da minha
laia, agora então que será complicadíssimo. Barzinho, sempre válido. Agora, comparecer
a um lugar em que a música não é boa, as pessoas são esquisitas e sempre tem um
malandro tentando se dar bem furtando seu celular ou sua carteira é brincadeira.
E sem beber muito, perder um pingo da consciência pode ser “fatal”.
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