sábado, 13 de abril de 2013

Síndrome da Primeira Semana


Completei uma semana de Quênia ontem. Quantas informações, frustrações e sentimentos em apenas sete dias. Acontece que a semana inicial, seja na África ou em qualquer outro lugar, é de surtar. Da mesma forma quando se assiste a um filme de terror esperando pelo susto e se toma o susto de qualquer jeito, não adiantou nada me preparar pra primeira semana. Foi brabo.

Começou pela recepção de sessenta dólares furtados na fronteira junto com o esquecimento da galera da AIESEC de que eu estava chegando. Depois não sabiam onde me acomodar e fui direcionado pra casa longe do trabalho, apesar da existência de uma casa a poucos metros do labor. Sem problemas, descobri que essa casa é bem melhor que a outra. Ahá.

Nesse começo, o desespero é evidente. Sem noção nenhuma da cultura, dos hábitos e de como proceder pra tudo (até pra comer), bate um nervosismo sem igual que, se não for controlado, gera insegurança, insatisfação, medo e vários sentimentos bastante negativos. O primeiro contato com o trabalho não foi dos melhores e, sozinho, foi o suficiente pra ativar o surto interno.

Agora as coisas começam a se ajeitar. Não vou mais sozinho pro colégio, recebi a companhia de um finlandês estranho à beça. Maravilha, não preciso enfrentar os leões por conta própria. Ao som de don’t worry, be happy, vou trabalhando em alguns projetos pessoais, dando voltas ao redor da casa pra me ambientar e a tempestade vai aos poucos sumindo. Que alívio, tava f***.

Sete dias passaram a lá Chamado, com a diferença de que melhorou. Espero mais alegrias daqui pra frente. Por outro lado, errar é humano, errar duas vezes é burrice. Mais uma vez deixei os sentimentos ruins prevalecerem e perdi a oportunidade de conhecer um alemão e uma canadense que foram embora ontem. Se pudesse fazer de novo, teria me aborrecido menos com problemas que “se resolveram” e degustado mais esse comecinho de Nairóbi.

Resta a mim curtir o final de semana. Hoje tem evento AIESEC e dá pra conhecer uma galera boa. Bacana, uma vez que na minha casa só tem um holandês e o esquisito do frio. O parceiro de Amsterdam vai embora na segunda-feira e por duas semanas serei só eu e o nórdico. Essa casa precisa de outras cores. Pra bom entendedor, meia paleta basta.

Tenho recebido algumas ameaças à barba, principalmente por parte da família. Saibam todos que ao retornar, vou proteger esses pelos nojentos na minha cara como se fosse um tesouro. Não aceito mais copos d’água de vocês e até da comida vou ter que desconfiar. A batalha será árdua, recomendo que vocês se preparem para o duelo. This. Is. África!


Um comentário:

  1. Desde já me ofereço como soldado do exercito da Tia Fernanda e cia. Hahaaha

    Um abraço, saudades

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