Saí de Moshi às dez da manhã, de acordo com o horário
de check-out do hotel. Claro que deu tempo praquele café da manhã
reforçadíssimo que eu descrevi ontem. Socando roupa na mala até a bagagem pedir
arrego, peguei meu troco de mil e quatrocentos shillings com o recepcionista
(que ficou adiando o pagamento pra ver se eu esquecia) e parti.
Naturalmente, o cobrador do Dala-Dala pra Arusha tentou
arrecadar o dobro do valor da passagem. Sorte a minha que eu já sabia do preço
antes, me conferindo poderes pra negar o dinheiro na cara do amigo, obrigado a
engolir a tarifa normal. Por ser um ônibus de cidade, tive que fazer todo o
trajeto de duas horas com o meu mochilão no colo e a outra mochila na cabeça.
Uma pequenina decepção esta cidade chamada Arusha.
Tudo bem ser domingo de páscoa, mas ainda assim nada pra se fazer. Todos os
locais diziam se tratar da segunda melhor cidade da Tanzânia, que seria cheia
de opções e uma riqueza em termos de diversidade. Não encontrei nada disso
aqui. Moshi, que é uma pequena cidade perto do Kilimanjaro, é mil vezes mais
interessante.
Assim que dei entrada no meu hotel William’s Inn, inadequado pra mim pelos motivos descritos na placa, fui dar um volta na cidade a
pé pra conhecer as principais atrações e descolar o rango nosso de cada dia.
Encontrei “bem na praça central um monumento” (Lenine), uma mesquita feiosinha
e um estádio de fazer o Engenhão parecer o Camp Nou. Mesmo caindo aos pedaços.
Neste chuvoso domingo, tudo fechado pra comemorar o coelhinho.
Não vi sinal de chocolate, mas várias comemorações ao redor da cidade pela
data. Em contrapartida, todos os restaurantes fechados, exceto o do hotel. Sem opções,
acabei abrindo mão de cinco mil shillings (seis reais) pra comer Ugali com galinha. Até rimou. Tava bom
em demasia.
Além de mosquitos, tenho até televisão no quarto.
Neste momento, a tarde foi de uma tranquilidade ímpar. Deu pra descansar um
bocado e preparar pro safári de quatro dias que começa amanhã! Por isso, sinto
informar que o blog estará sendo pouco atualizado. Pros mais assíduos,
recomendo shampoo Johnson, chega de lágrimas. Daqui a pouco eu volto.
Uma saudade impagável de dona mamãe, meus avós e
senhor meu pai. Tem vezes que vêm umas lembranças desgraçadas e dá vontade de
voltar na hora, só pra abraçar essa tropa aí. Acho que estou ficando meio
meloso. Vou tentar melhorar pro bem dos visitantes deste humilde espaço
internético. Provavelmente, até o dia seis de abril, galerinha! Beijo pra quem
fica.