Pra “cerejar” o bolo tanzaniano, vou falar um pouquinho de la musique no continente africano. Com
alguns estilos bem diferentes, tem de tudo. Pra começar, Bongo Flavor é uma
espécie de hip-hop cantado em suaíle e outros idiomas simultaneamente. Não
curti muito não, agitado por demás. Por
ser fã de música de antigamente, por acá achei um velho tesouro. Zilizo Pendwa
(ao pé da letra, música antiga) é aquele tipo que todo mundo liga à África
quando escuta. Tipo essa aqui, ó:
Pra ilustrar o tal do Bongo Flavor, já lancei uma
música em alguma publicação minha. Ah, achei. Clica aqui. Acontece que o rap e
o hip-hop possuem uma fortíssima influência na música atual. Em todos os
lugares, existem adesivos e camisetas com artistas norte-americanos e uma
galera considerável escutando o “pequeno Wayne” ou “dinheiro novo” (Young
Money) falando besteira.
Não é porque não sou fã do tipo de música, mas para
pra pensar no efeito psicológico desse tipo de letra na população local. Uma
parte considerável da população não recebeu instrução suficiente em termos
educacionais. Daí vem um camarada instigando dar tiro nos outros, falando das
suas “piranhas” e de consumo de drogas.
Ainda não sou um velho de oitenta anos (falta pouco),
mas até a minha opinião em discussões sobre a influência dos videogames (tipo
GTA) no comportamento de pessoas mudou. Sem ter recebido uma educação de qualidade,
o discernimento de um indivíduo pode ficar extremamente comprometido. Não
significa que 100% dos casos irá gerar um camarada alucinado dando tiro nos
outros de graça, mas sim que as chances são bem maiores de causar alguma
atitude, principalmente conciliando com a música.
Em Gana, fez sucesso uma canção no mínimo polêmica. Assim como o lance do Mzungu é uma epidemia geral no continente, a palavra Asonto em dialeto local significa "branco". Então o pessoal resolveu tirar um onda com a cara dos londrinos e foi pra terra da rainha gravar o clipe dançando na rua no meio de.. pessoas brancas. Não entendi muito a repercussão, mas beleza. O clipe é esse aí.
Voltando ao tema de Beethoven (não o cão, o músico), muitos
artistas que fazem um sucesso absurdo não chegam sequer ao conhecimento da rapaziada
tanzaniana. Era bonito de ver a perplexidade e a admiração por ouvir um Jack Johnson
pela primeira vez. Tantos outros artistas internacionalmente renomados também
não tiveram vez por aqui. Pra ilustrar, quase ninguém sabia o que era Pokémon,
a febre japonesa que assolou a infância de milhares.
Não é só de coisa ruim que se constrói uma
indústria fonográfica. Um desses hip-hop’s escutados por acá é de um sujeito
chamado Asher Roth. Música bem boa. Ainda descobri uma Nigeriana chamada Asa
(leia-se Asha) que partiu pra França e faz cada música absurda de boa. Essa
vale conferir sem nem pestanejar. No
mais, partindo pro encontro com a coordenadora e pra comprar as passagens de
ida. Tá acabando, tá acabando.
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