Sexta-feira sem aula e com a reunião junto da chefa
do projeto cancelada. O que fazer? A praia fica a quinze minutos da casa, mas a
parceira alemã de projeto está passando muito mal por ter comido alguma coisa estragada
e eu não vou deixar a cidadã à mercê de qualquer doença (até porque espero certa
reciprocidade quando for eu o agonizante no leito).
Estou sem luz há doze horas e a bateria do meu
computador tá descarregando. A bateria do meu celular já foi pro saco, assim
como a carga do iPod. Não há videogame, até porque não há televisão e não há como
encontrar amigos ou trocar uma ideia com alguém. A solidão reina no quarto
(leia-se sauna) e aparentemente não há saída pro tédio.
Que coisa boa! Muitas vezes nos apegamos a tantos
aparelhos eletrônicos e a outras pessoas que nos esquecemos dos mil benefícios
de ficarmos sós. Apesar de tudo isso, tenho livros e a minha consciência como
companheiros. Parar pra pensar é um exercício ainda mais fácil de fazer quando
não há alternativa.
Assim como é fácil fazer "qualquer coisa" quando temos mil
alternativas e atrativos dentro e fora de casa. Numa situação como essa, caso não
se queira parar pra refletir e curtir o momento, a criatividade vai ter que
aflorar, senão não vai ter jeito. Claro que preciso tirar as roupas
limpas do varal, lavar a louça da macarronada de dois dias atrás e limpar a
casa porque tá na minha vez.
Minha tarde irá se resumir a ler um livro enquanto frito
no calor, entre sonecas e goles d’água quente. E tempo pra pensar à vontade. A televisão e os tais atrativos citados muitas vezes acabam se tornando uma distração mental ao nosso próprio pensamento e como já diz o ditado (equivocadamente), a ignorância é uma virtude.
Deixar de pensar na vida e em assuntos que podem incomodar (apesar de também possuírem a capacidade de nos desenvolver) acaba sendo mais prático do que parar um pouquinho pra raciocinar, o que exige sair da zona de conforto, em primeiro lugar. Pena que vou ter que parar de fazer esse “nada” maravilhoso pra tomar banho
antes que fique escuro. Isso porque ainda terei tempo pra escrever o relatório
semanal das aulas e preparar as lições de segunda-feira. Quem sabe ainda dá
tempo de pensar um “cadim” mais.
Um pouco mais de higiene:
Não
existe lixeira na cidade, nem coleta. Seletiva é uma palavra que não deve nem
ter tradução pra suaíle. Quando se compra uma garrafa de água ou um
refrigerante, é necessário carregar por horas até achar algum lugar adequado
pra jogar fora, mas não é esse o comportamento da população local. A única
sustentabilidade que vi por aqui foi a reciclagem de papéis usados pra
confecção de bilhetes de ônibus.
O normal mesmo é jogar lixo pela janela dos
ônibus e dos carros, e por normal eu quero dizer realmente comum, usual. As
outras pessoas nem olham pro objeto sendo arremessado na rua porque já sabem
que é isso que “deve ser feito”, na visão delas. Isso contribui um bocado pra
que a cidade inteira pareça um aterro sanitário. E viva a educação.
É o momento de se conhecer cada vez mais!!! Compensaremos quando você voltar com um FIFA :P
ResponderExcluirGramacho deve ser de dar inveja as ruas daí...
Se cuida hein, Beijundaaaaaaa
Haha, com certeza irmão! Gramacho é top! Abração, safado!
ResponderExcluir