Imagine só a falta de tudo ontem. Sem tomar banho
porque tava sem água (cheirando igual a um animal de fazenda), sem ver nada
dentro de casa porque tava sem luz e um breu danado e sem poder cozinhar porque
não havia gás, não restando opção a não ser comer na rua. Ruim? Excelente.
Dadas essas condições, foram providenciados colchões
ao relento. Um calor insuportável dentro da casa, mas esse não foi o motivo
principal. Um céu de cair o queixo. Por não ter luz em casa nenhuma ao redor ou
proximidades, uma estrela mais iluminada que a outra. Uma conversa com a alemã
e uma tanzaniana aqui da casa sobre a vida, filosofia. Precisava de mais nada.
No domingo do passeio de barco também rolou essa
filosofada amada. Só que com um marinheiro simples e humilde toda a vida. Um
marinheiro chamado Hussein (que bela contradição) conversou comigo sobre suas
experiências e contou do ano que viveu na Suíça. Detestou cada segundo, dizendo
que ninguém se importava com ninguém, todos andando pelas ruas com a cara
fechada, como se estivessem tristes ou ao menos preocupados com alguma coisa.
Arrebatou com a seguinte conclusão: as pessoas supostamente
“menos privilegiadas” são mais felizes. Ele dizia o tempo todo que aquele navio
e aquela ilha eram sua vida, como quem quer dizer “me inveje”. O incrível é que
mesmo com a herança urbana que carrego, invejei e muito. Hussein não precisava
de nada além daquilo e era incapaz de parar de sorrir por um segundo.
Explicou ainda que as pessoas “ricas”
(financeiramente) vivem com tantas preocupações e medos de perderem os seus
bens e materiais que se tornam fruto dessa forma de pensar. Era muito mais
fácil às pessoas “pobres” serem felizes, desprendidas de qualquer bem e obrigação.
A vida se tornava mais leve. Já havia escutado aquele discurso num documentário
feito sobre ninguém menos que o Dalai Lama.
Ô marinheiro, marinheiro (marinheiro só), quem
te ensinou a filosofar? Tanto o marinheiro de Zanzibar quanto a autoridade religiosa
tibetana fizeram rigorosamente a mesma afirmação. A fonte dessa sabedoria pra
mim é desconhecida. A presença do sentido e a sensação presente confirmavam a
ideologia. Isso não quer dizer que a meta agora seja ser pobre. Significa que tá
mais que na hora de prestar atenção em mil outras formas de riqueza bem mais
importantes.
Olá criatura!
ResponderExcluirPode parecer estranho... e de certa forma, é, mas eu não te conheço. Seu blog caiu de pára-quedas no meu colo. Dias atrás uma amiga da faculdade compartilhou um link seu no fb e me marcou lá. Sou um pouco avessa a tecnologias em geral, tenho preguiça de ver vídeos, ler coisas na tela, mal vejo essas coisas em que me marcam ... Mas hoje, "não sei pq" resolvi dar um confere e estou devorando seu blog, de trás pra frente, cronologicamente, como deve ser!!
Também não acredito em coincidências e, então depois de ler esse post, criei coragem para vir aqui e vos falar!
Pessoas que fazem o que você está fazendo me dão sentido, me enchem os olhos e o coração! A viagem até pode ser pra Tanzânia, mas a verdadeira viagem é para dentro de si...
Só posso agradecer vc por não ser nadinha egoísta e compartilhar tudo isso (através da tecnologia que eu tanto reclamo...)! Você não está só se transformando num verdadeiro ser humano, como também está levando um monte de gente contigo! Numa piadinha espírita..: você vai precisar voltar muito menos vezes pra esse plano!
E te digo: a fonte da sabedoria do marinheiro não é desconhecida, está no Campo! (esse é um papo meio complexo, mas se você procurar se aprofundar na Física Quântica, você vai entender isso e porque realmente não existem coincidências!)
No mais, muchas gracias!
Olá Carine!
ExcluirSensacional que você está curtindo o blog! Dá pra ver que você tem lido desde o começo mesmo, comentando nessa publicação! E você tem toda razão, deve ser devorado cronologicamente mesmo! Boa leitura!
Muito obrigado! A intenção do blog sempre foi essa: compartilhar conhecimentos, lições, aprendizados e experiências da vida por esse lado do oceano, completamente diferente de tudo que já vimos e vivemos. Tendo religião como uma paixão pessoal, curti a piadinha! Haha..
No mais, à disposição se quiseres trocar uma ideia! Beijos Carine!