Na vida, já tentaram me levar pertences em duas
ocasiões. Uma no Rio, quando o ladrão me abordou na saída da aula de contrabaixo
dizendo que ia me matar e outra ontem. Nessa primeira, o camarada me perguntou
se meu celular era de chip e, por não ser, me devolveu. Depois perguntou o que
mais eu tinha e ao ver apenas uma nota de dez reais pra voltar pra casa, falou
que “só assaltava quem tinha”. Indiretamente, fui chamado de miserável (pra não
usar outra palavra) pelo ladrão. Moral de ladrão, brinde ao Robin Hood.
Ontem foi mais pra furto. Quando se volta da “aula”
no Al Faruq, normalmente é necessário trocar de Dela-Dela num determinado ponto
da cidade. Nessa troca, quando não há outro transporte esperando imediatamente,
o trocador devolve ¾ do seu dinheiro pra você esperar e pagar o próximo ônibus.
E foi aí que aconteceu.
Algumas dezenas de pessoas esperando pra entrar no comboio
e a coisa funcionando na base do cotovelo, como sempre. Todo mundo se aglomera na
porta da condução tentando jogar o outro longe de uma forma “civilizada”. Nesse
momento, uma mulher me avisou “toma cuidado porque o cara atrás de você vai te
roubar”. Como ela sabia, eu não sei. Claro que aqui é um olho no peixe, outro
no gato mas no momento da pressão pré-transporte é normal todo mundo se
espremendo pra entrar.
Quando fiquei pendurado na porta (não é exagero), o larápio
aproveitou-se do espreme pra surrupiar minha carteira do meu bolso. O azar dele
é que eu tava atento. Desci do ônibus e meti a mão na minha carteira de volta,
que ele começava a vasculhar à procura de grana. Nesse momento, abraçado ao
ladrão (botei uma mão na carteira pela frente dele e a outra pelas costas, num
instinto pra evitar a fuga), ele largou o objeto na lama e me encarou.
Abaixei, peguei a carteira de volta da lama e olhei
pra cara do sujeito. Enquanto ele andava pra longe, os populares comentavam e
se olhavam, provavelmente pensando se o que tinham visto era suficiente pra sentar
o braço na cara dele. Não sou maluco de arrumar confusão nem estando com razão,
então só fechei a cara e entrei de volta no Dela-Dela em movimento.
A tentativa do ladrão havia falhado e uma possível
surra popular lhe aguardava. Ninguém conseguiu me tirar dinheiro (na cara
dura). O que significa que meu santo é forte. Quando pude conferir a carteira,
estavam lá todos os meus quatro mil shillings (dois dólares e cinquenta
centavos). Valeu o transporte até a residência e uma macarronada
caprichadíssima pra coroar o dia de ontem.
No geral, não saímos a noite aqui. Vários
intercambistas já foram assaltados perto da casa. O negócio daqui é que passou
das oito da noite, todos os gatos são pardos. Literalmente. Não é nem aquela
situação que você vê o delinquente de longe, estranha a situation, muda de caminho. Não dá pra ver nada voltando pra casa. É
um tiro no escuro. Sem trocadilhos, por favor.
Perrengue hein, irmão! Tinha que ter enfiado a porrada no sujeito, fez muay thai pra que porra? Ah se tivesse contigo... hhahahahah, gastando!
ResponderExcluirQue bom que tu nao tomou esse imenso prejuizo de 2 dólares, hahahaa, e que não aconteceu nada contigo.
beeeijos e fica com Deus
Hahaha, tá maluco! Sem falar a língua nem nada, vai que o pessoal entendia errado e descia o cacete em mim achando que eu que era o errado!
ExcluirÉ, a sorte é que eu tinha tirado um dinheiro forte da carteira na mesma manhã! Beijos irmão, por aí também!