Duas semanas e um dia longe da residência (ou mais
perto do objetivo, questão de perspectiva). Um dia perfeito pra ficar sozinho.
Como acordei mais fechado e sem dar muito papo pra ninguém, mudanças
comportamentais explicadas pelo signo de Gêmeos, resolvi ficar na minha,
ouvindo um som e lendo uns bons livros. Chove, para de chover, chove de novo. Falta luz, para de faltar, falta
luz de novo.
Um dos aprendizados mais difíceis pra humanidade é
aprender a ficar sozinho. Não tem nada a ver com estar solitário ou se sentir
sozinho no meio de tanta gente. Significa gostar de estar com você mesmo. No
tempo que eu tenho pra curtir o Bruno, esse camarada lindo e sensacional, nós
dois somos capazes de pensar em milhões de coisas diferentes e produtivas. Viva
eu mesmo.
O"Femônemo" |
Nesse timing extremamente curto fora de casa, já vivi
coisas que nem imaginava. Conheci realidades que desconhecia, passei por uma
enxurrada de problemas tão banais e absurdos que não acreditaria se alguém
viesse me contar. Já senti saudades incomensuráveis que julguei equivocadamente
ser capaz de aguentar (“ah, não vou nem sentir muito não”). É, amigo. Haja
coração.
Se eu não tivesse a capacidade de entender que cada
decisão foi a “certa” naquele momento, já teria me arrependido de muita coisa.
E não me refiro nem a coisas grandes, mas aquele “te amo” que ficou entalado na
garganta, uma briga estúpida que gerou um mal estar desnecessário, o descuido
com alguns amigos meus (sempre fico devendo).
Não pretendo aproveitar essa experiência pra me
tornar um filósofo e sair dizendo verdades e coisas que acho, até porque
filosofar sempre foi uma paixão e não é de agora. Nesse novo momento
pós-fim-do-mundo (como o conhecemos), cada um será responsável por seu próprio
desenvolvimento. O que não significa dizer que contribuir com a evolução do
outro é errado, pelo contrário.
Menino Aristóteles |
Enquanto os locais assistem a uma espécie de High
School Musical daqui, cuja qualidade faz inveja ao domingão do Faustão, sigo em
frente com a escrita do blog e uma harmonia sensacional. O suor já faz parte do
uniforme e o olfato já se acostumou com os odores “diferentes” da casa.
Meditação e paz pra que te quero.
Finais de semana:
As opções de finais de semana daqui são variadas. Tem
nada, nada ou um pé sujo. Brincadeiras a parte, realmente não há opção de
lazer. Passei por um cinema, mas não dizia os filmes em cartaz. Provavelmente
era a estreia de Scarface ou Poderoso Chefão, em D (ainda virá o 2D e
o 3D). Resta encontrar alguma opção dentro da residência.
A grande vantagem de não existir opção de lazer
é estimular a criatividade e o autoconhecimento. Um baralho foi achado agora há
pouco e está sendo guardado num pedestal de ouro. O culto ao baralho começa as
17:00 e não tem hora pra acabar. Afinal, um objeto tão precioso como o conjunto
de cinquenta e duas cartinhas não se tem todo dia e merece um carinho.
Sei bem isso de ficar sozinha...é bom né!? A gente acaba tendo tempo de se cuidar...mas pela primeira vez, é pra gente e só pra gente! Não é pro outro, não é pra impressionar.
ResponderExcluirÉ um cuidado interno, onde a gente tem a capacidade de se conhecer melhor, de se estudar...e acaba descobrindo que a melhor companhia somos nós mesmos e que quem vive bem com o seu EU, é capaz de viver bem em qualquer circunstância!
Adoreeeeeeei esse post!!
Dando valor as coisinhas simples, como um baralho!
Tô aprendendo muito contigo!
beijo grande
É sensacional! Maior oportunidade de autoconhecimento e aprendizado que tem! E como você falou, sem se preocupar com qualquer julgamento ou avaliação de ninguém, mas só nossa! Fico bobão com teus comentários, Werneckinha! Beijão!
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