Enfim, Férias

Estou partindo pra um dos mais famosos destinos turísticos da Tanzânia, quiçá do mundo. “Zanzibar é um nome dado ao conjunto de duas ilhas do arquipélago de Zanzibar ao largo da costa da Tanzânia, na margem leste-africana, de que formam um estado semiautônomo. As duas ilhas são chamadas Unguja (em suaíle) ou Zanzibar e Pemba e estão separadas do continente pelo Canal de Zanzibar.” Obrigado Wikipédia.

Por ser um Estado semiautônomo, Zanzibar possui seu próprio governo, conhecido como Revolutionary Government of Zanzibar. É considerada uma parte totalmente muçulmana da Tanzânia, então existe uma certa rejeição a católicos por lá. O presidente se chama Ali Mohamed Shein e pelo que outros intercambistas me falaram, existe até controle de imigração com passaporte e tudo.

Zanzibar

Prometo tirar várias fotos sensacionais pelo que me aguarda. Porém, um fato brasileiro que me chamou a atenção hoje foi a nomeação de um tal senhor congressista brasileiro. Não sou a favor de condenar um cidadão cujo passado, ainda que recente, seja aparentemente deplorável. O problema é que parece que sua mentalidade retrógrada (pré-histórica) ainda não foi modificada.

Pelo que consta nas informações que li, o excelentíssimo senhor declarou que na África existem maldições relacionadas ao paganismo, ocultismo, miséria, doenças que supostamente seriam oriundas da terra que habito. Pela brilhante exposição certamente dotada de igual brilhante conhecimento sobre a matéria, peço data máxima venia às autoridades brasileiras para concluir que jacas possivelmente teriam eleito melhor.

Não para por aí. Tão iluminada peça humana ainda havia declarado que sentimentos homoafetivos levariam ao ódio, crime e rejeição. Pela lei do meu país, ilustre deputado, o senhor deveria atender à classes de recuperação e orientação mental, dado o teor de vossos dizeres. Ah, tem mais? Tirar dinheiro do povo em troca de bênçãos e preces? Parece correto, não?

Tudo isso levou o deputado ao seu lugar “de direito”: a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Qualquer aluno que fala inglês mal e participa das minhas aulas certamente respeita os Direitos Humanos mais que V. Exa., e por isso mesmo estão infinitamente mais aptos a exercer tão renomado cargo.

É triste constatar que a existência dos Direitos Humanos ainda seja negligenciada e considerada apenas algo banal pra alguns indivíduos. Principalmente pra aqueles que se encontram no comando da carruagem pátria. O que me resta fazer enquanto isso é tentar dar um pouquinho mais de noções morais e ideais justos pros jovens daqui. Tenho certeza que se algum deles tomar posse algum dia, terão plenas condições de exercer um cargo como este.

Atualizando (porque escrevi o texto ontem), vou viajar só amanhã porque as passagens já tinham se esgotado pra hoje. O preço de trinta e cinco dólares pra chegar lá me faria sobreviver uma semana fácil, mas tudo bem. Tem que fazer o turismo junto do principal, pra não desperdiçar o tempo aqui. Por fim, deixo minha homenagem ao Chorão que fez parte da minha infância e adolescência. Vai em paz.