segunda-feira, 11 de março de 2013

O Céu: Parte 1


Quando morrer, quero ir pra um lugar assim. Nunca vi nada igual. Desembarquei no porto de Zanzibar às nove da manhã e me direcionei a autoridade portuária, que prontamente carimbou meu passaporte pela chegada ao novo país. Como conheci uma sueca no navio, pegamos um ônibus fretado até o norte da ilha.

Primeiro o motorista deixou a sueca num mega hotel. Ela tinha viajado por Ruanda, Quênia e Tanzânia e acabado de contrair uma infecção causada por “bad bugs” na cama do seu último hotel. Por isso, decidiu investir pesado nos últimos dias do seu mochilão pra relaxar num baita resort. Enquanto isso, fiquei numa mistura de ansiedade e preocupação com o local que eu iria ficar, por pagar na diária o “absurdo” de vinte e seis mil shillings (cerca de quinze dólares).

Chegando na hospedagem, encontrei alguns amigos sentados na varanda do quarto, esperando por mim. Paguei o motorista pela corrida de uma hora até o norte, em Nungwi (a ilha não é tão pequena assim) e entrei no quarto. Confesso que a existência de um vaso e da água quente corrente pelo chuveiro deu vontade de chorar.

No caminho, a natureza era impressionante. O contraste entre a pobreza somada aos olhares “perdidos” pela estrada e a beleza do país era de deixar qualquer um perplexo. Do navio até o hotel não cheguei a pegar chuva, mas no momento de descer do ônibus uma cortina de chuva me impedia de ver o cenário com clareza. Começava o teatro de Deus.

Depois de colocar tudo no quarto e trocar de roupa, as cortinas foram abertas. O encontro com o paraíso foi demais pra minha cabeça e exigiu algum tempo sentado na areia pra assimilar. Não sei se foi a cor da água, a tranquilidade daquele espaço de areia ou apenas a sequência da peça. Foi só depois de algum tempo que consegui acalmar o turbilhão de ideias e informações.

Parei pra olhar em volta. Algumas casinhas que serviam de quarto, um prédio em obra, a mistura de terra e areia tocando os pés num caminho que levava até a praia. Do lado direito da praia, um restaurante/bar que tocava reggae vinte e quatro horas por dia. Na frente, uma paisagem que por não conseguir descrever, deixei registrada. E Bob Marley até o raiar do novo dia.

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