quinta-feira, 28 de março de 2013

Música, Maestro


Pra “cerejar” o bolo tanzaniano, vou falar um pouquinho de la musique no continente africano. Com alguns estilos bem diferentes, tem de tudo. Pra começar, Bongo Flavor é uma espécie de hip-hop cantado em suaíle e outros idiomas simultaneamente. Não curti muito não, agitado por demás. Por ser fã de música de antigamente, por acá achei um velho tesouro. Zilizo Pendwa (ao pé da letra, música antiga) é aquele tipo que todo mundo liga à África quando escuta. Tipo essa aqui, ó:


Pra ilustrar o tal do Bongo Flavor, já lancei uma música em alguma publicação minha. Ah, achei. Clica aqui. Acontece que o rap e o hip-hop possuem uma fortíssima influência na música atual. Em todos os lugares, existem adesivos e camisetas com artistas norte-americanos e uma galera considerável escutando o “pequeno Wayne” ou “dinheiro novo” (Young Money) falando besteira.

Não é porque não sou fã do tipo de música, mas para pra pensar no efeito psicológico desse tipo de letra na população local. Uma parte considerável da população não recebeu instrução suficiente em termos educacionais. Daí vem um camarada instigando dar tiro nos outros, falando das suas “piranhas” e de consumo de drogas.

Ainda não sou um velho de oitenta anos (falta pouco), mas até a minha opinião em discussões sobre a influência dos videogames (tipo GTA) no comportamento de pessoas mudou. Sem ter recebido uma educação de qualidade, o discernimento de um indivíduo pode ficar extremamente comprometido. Não significa que 100% dos casos irá gerar um camarada alucinado dando tiro nos outros de graça, mas sim que as chances são bem maiores de causar alguma atitude, principalmente conciliando com a música.

Em Gana, fez sucesso uma canção no mínimo polêmica. Assim como o lance do Mzungu é uma epidemia geral no continente, a palavra Asonto em dialeto local significa "branco". Então o pessoal resolveu tirar um onda com a cara dos londrinos e foi pra terra da rainha gravar o clipe dançando na rua no meio de.. pessoas brancas. Não entendi muito a repercussão, mas beleza. O clipe é esse aí.


Voltando ao tema de Beethoven (não o cão, o músico), muitos artistas que fazem um sucesso absurdo não chegam sequer ao conhecimento da rapaziada tanzaniana. Era bonito de ver a perplexidade e a admiração por ouvir um Jack Johnson pela primeira vez. Tantos outros artistas internacionalmente renomados também não tiveram vez por aqui. Pra ilustrar, quase ninguém sabia o que era Pokémon, a febre japonesa que assolou a infância de milhares.

Não é só de coisa ruim que se constrói uma indústria fonográfica. Um desses hip-hop’s escutados por acá é de um sujeito chamado Asher Roth. Música bem boa. Ainda descobri uma Nigeriana chamada Asa (leia-se Asha) que partiu pra França e faz cada música absurda de boa. Essa vale conferir sem nem pestanejar.  No mais, partindo pro encontro com a coordenadora e pra comprar as passagens de ida. Tá acabando, tá acabando.


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