domingo, 3 de março de 2013

Eu e Eu Mesmo


Duas semanas e um dia longe da residência (ou mais perto do objetivo, questão de perspectiva). Um dia perfeito pra ficar sozinho. Como acordei mais fechado e sem dar muito papo pra ninguém, mudanças comportamentais explicadas pelo signo de Gêmeos, resolvi ficar na minha, ouvindo um som e lendo uns bons livros. Chove, para de chover, chove de novo. Falta luz, para de faltar, falta luz de novo.

Um dos aprendizados mais difíceis pra humanidade é aprender a ficar sozinho. Não tem nada a ver com estar solitário ou se sentir sozinho no meio de tanta gente. Significa gostar de estar com você mesmo. No tempo que eu tenho pra curtir o Bruno, esse camarada lindo e sensacional, nós dois somos capazes de pensar em milhões de coisas diferentes e produtivas. Viva eu mesmo.

 O"Femônemo"
Nesse timing extremamente curto fora de casa, já vivi coisas que nem imaginava. Conheci realidades que desconhecia, passei por uma enxurrada de problemas tão banais e absurdos que não acreditaria se alguém viesse me contar. Já senti saudades incomensuráveis que julguei equivocadamente ser capaz de aguentar (“ah, não vou nem sentir muito não”). É, amigo. Haja coração.

Se eu não tivesse a capacidade de entender que cada decisão foi a “certa” naquele momento, já teria me arrependido de muita coisa. E não me refiro nem a coisas grandes, mas aquele “te amo” que ficou entalado na garganta, uma briga estúpida que gerou um mal estar desnecessário, o descuido com alguns amigos meus (sempre fico devendo).

Não pretendo aproveitar essa experiência pra me tornar um filósofo e sair dizendo verdades e coisas que acho, até porque filosofar sempre foi uma paixão e não é de agora. Nesse novo momento pós-fim-do-mundo (como o conhecemos), cada um será responsável por seu próprio desenvolvimento. O que não significa dizer que contribuir com a evolução do outro é errado, pelo contrário.

Menino Aristóteles
Enquanto os locais assistem a uma espécie de High School Musical daqui, cuja qualidade faz inveja ao domingão do Faustão, sigo em frente com a escrita do blog e uma harmonia sensacional. O suor já faz parte do uniforme e o olfato já se acostumou com os odores “diferentes” da casa. Meditação e paz pra que te quero.

Finais de semana:

As opções de finais de semana daqui são variadas. Tem nada, nada ou um pé sujo. Brincadeiras a parte, realmente não há opção de lazer. Passei por um cinema, mas não dizia os filmes em cartaz. Provavelmente era a estreia de Scarface ou Poderoso Chefão, em D (ainda virá o 2D e o 3D). Resta encontrar alguma opção dentro da residência.


A grande vantagem de não existir opção de lazer é estimular a criatividade e o autoconhecimento. Um baralho foi achado agora há pouco e está sendo guardado num pedestal de ouro. O culto ao baralho começa as 17:00 e não tem hora pra acabar. Afinal, um objeto tão precioso como o conjunto de cinquenta e duas cartinhas não se tem todo dia e merece um carinho.

2 comentários:

  1. Sei bem isso de ficar sozinha...é bom né!? A gente acaba tendo tempo de se cuidar...mas pela primeira vez, é pra gente e só pra gente! Não é pro outro, não é pra impressionar.
    É um cuidado interno, onde a gente tem a capacidade de se conhecer melhor, de se estudar...e acaba descobrindo que a melhor companhia somos nós mesmos e que quem vive bem com o seu EU, é capaz de viver bem em qualquer circunstância!
    Adoreeeeeeei esse post!!
    Dando valor as coisinhas simples, como um baralho!
    Tô aprendendo muito contigo!
    beijo grande

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É sensacional! Maior oportunidade de autoconhecimento e aprendizado que tem! E como você falou, sem se preocupar com qualquer julgamento ou avaliação de ninguém, mas só nossa! Fico bobão com teus comentários, Werneckinha! Beijão!

      Excluir