sexta-feira, 1 de março de 2013

Ócio Criativo


Sexta-feira sem aula e com a reunião junto da chefa do projeto cancelada. O que fazer? A praia fica a quinze minutos da casa, mas a parceira alemã de projeto está passando muito mal por ter comido alguma coisa estragada e eu não vou deixar a cidadã à mercê de qualquer doença (até porque espero certa reciprocidade quando for eu o agonizante no leito).

Estou sem luz há doze horas e a bateria do meu computador tá descarregando. A bateria do meu celular já foi pro saco, assim como a carga do iPod. Não há videogame, até porque não há televisão e não há como encontrar amigos ou trocar uma ideia com alguém. A solidão reina no quarto (leia-se sauna) e aparentemente não há saída pro tédio.

Que coisa boa! Muitas vezes nos apegamos a tantos aparelhos eletrônicos e a outras pessoas que nos esquecemos dos mil benefícios de ficarmos sós. Apesar de tudo isso, tenho livros e a minha consciência como companheiros. Parar pra pensar é um exercício ainda mais fácil de fazer quando não há alternativa.

Assim como é fácil fazer "qualquer coisa" quando temos mil alternativas e atrativos dentro e fora de casa. Numa situação como essa, caso não se queira parar pra refletir e curtir o momento, a criatividade vai ter que aflorar, senão não vai ter jeito. Claro que preciso tirar as roupas limpas do varal, lavar a louça da macarronada de dois dias atrás e limpar a casa porque tá na minha vez.

Minha tarde irá se resumir a ler um livro enquanto frito no calor, entre sonecas e goles d’água quente. E tempo pra pensar à vontade. A televisão e os tais atrativos citados muitas vezes acabam se tornando uma distração mental ao nosso próprio pensamento e como já diz o ditado (equivocadamente), a ignorância é uma virtude. 

Deixar de pensar na vida e em assuntos que podem incomodar (apesar de também possuírem a capacidade de nos desenvolver) acaba sendo mais prático do que parar um pouquinho pra raciocinar, o que exige sair da zona de conforto, em primeiro lugar. Pena que vou ter que parar de fazer esse “nada” maravilhoso pra tomar banho antes que fique escuro. Isso porque ainda terei tempo pra escrever o relatório semanal das aulas e preparar as lições de segunda-feira. Quem sabe ainda dá tempo de pensar um “cadim” mais.

Um pouco mais de higiene:

Não existe lixeira na cidade, nem coleta. Seletiva é uma palavra que não deve nem ter tradução pra suaíle. Quando se compra uma garrafa de água ou um refrigerante, é necessário carregar por horas até achar algum lugar adequado pra jogar fora, mas não é esse o comportamento da população local. A única sustentabilidade que vi por aqui foi a reciclagem de papéis usados pra confecção de bilhetes de ônibus.


O normal mesmo é jogar lixo pela janela dos ônibus e dos carros, e por normal eu quero dizer realmente comum, usual. As outras pessoas nem olham pro objeto sendo arremessado na rua porque já sabem que é isso que “deve ser feito”, na visão delas. Isso contribui um bocado pra que a cidade inteira pareça um aterro sanitário. E viva a educação.

2 comentários:

  1. É o momento de se conhecer cada vez mais!!! Compensaremos quando você voltar com um FIFA :P

    Gramacho deve ser de dar inveja as ruas daí...

    Se cuida hein, Beijundaaaaaaa

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  2. Haha, com certeza irmão! Gramacho é top! Abração, safado!

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