sexta-feira, 22 de março de 2013

Juridiquês


Fiz o jogo de João-sem-braço pra entrar no Parlamento e fui barrado em suaíle por um guardinha do local. Ele me disse que era possível entrar, mas que teria que marcar dia e hora. Esse agendamento deveria ser feita em outra guarita, que fui à procura. Pra minha infelicidade, não localizei a outra guarita do Parlamento. Pra minha máxima felicidade, achei a entrada da Comissão de Direitos Humanos da Tanzânia.

Na tentativa de entrada, fui permitido. Soube que ali funcionava não apenas um centro de pesquisa de Direitos Humanos, com biblioteca extensa e profissionais capacitados, como também um local pra se reclamar sobre qualquer situação passível de violar Direitos Humanos. Ainda ganhei um tour guiado pelo prédio, sob o comando da bibliotecária.

Quem não chora não mama e tratei de pedir um exemplar da Constituição da Tanzânia, que pretendo utilizar como objeto de estudo posteriormente. No mesmo instante, fui conduzido a uma sala e conheci alguns companheiros de profissão. Um deles me recepcionou anotando o endereço de ninguém mais, ninguém menos que o “senhor seu” Advogado Geral da União.

Cabe frisar que as roupas eram extremamente inapropriadas e confesso que me assemelhava bastante com um habitante de logradouros públicos (leia-se mendigo). As visitas de caráter jurídico não estavam planejadas, então fui com as vestes que portava. Demorei pra achar o prédio da AGU, que na verdade era um segundo andar inteiro de um edifício à beira ferry.

Ingressei no recinto e não achei a pessoa indicada pelo advogado de Direitos Humanos para me presentear com a Carta Maior nacional. Sem aceitar a derrota, parti rumo ao bibliotecário da AGU, que prometeu trazer a Constituição atualizada no dia seguinte, vulgo hoje. Cheiro de vitória no ar e Constituição da Tanzânia em mãos pela manhã.

No prédio da Comissão de Direitos Humanos, ainda entrei na cara de pau na sala de reuniões. Um dia quem sabe eu sento naquela cabeceira. Consegui mais cedo alguns exemplares de livros de Direitos Humanos na África. Caso seja do interesse de alguém, podemos brincar de violar alguns direitos autorais e copiar tais livros, uma vez que são dificílimos (senão impossíveis) de se achar pelo território pátrio.

A jornada inesperada rendeu frutos incríveis e histórias inacreditáveis. Ser convidado a conhecer o prédio da Comissão de Direitos Humanos, todo o escritório da AGU e ainda presenteado com uma Constituição autografada (isso mesmo) não é pra boi dormir. Pequenos achados como esses dão ainda mais vontade de seguir adiante. Vamos que vamos que o show não pode parar.

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