Tive que cancelar a aula hoje e ficar esperando
ordens do pessoal da casa pra irmos todos resolver o imbróglio do meu
passaporte. Primeiro, me informaram que iríamos lá as dez da matina. Depois
mudaram os planos e disseram pra ficar aguardando a convocação de alguém na
casa pra partir pra central de controle de imigração.
Como chove lá fora e aqui, faz tanto frio, o dia tem
sido ocioso de um jeito bastante negativo. Embora estar ocioso e aproveitar
esse ócio pra exercer várias inteligências seja positivo, não é tão fácil ou
legal fazer isso durante momentos de ansiedade. Morrendo de fome e ainda sem
gás, o pé d’água não dá trégua nem pra correr atrás do rango.

Mesmo sendo um indigente em um país africano, já que
não possuo documentação válida internacionalmente, poderia ser pior. Enquanto
sento confortavelmente no sofá, escrevendo no meu computador ao lado do meu
celular (esperando uma mensagem que me tire de casa), a chuva torrencial sempre
me lembra das criancinhas na chuva aguardando suas garrafas encherem.
Não adianta nada ficar afobado ou exaltado com esse
caos do passaporte. Tomar atitudes impulsivas ou agressivas agora só
complicaria ainda mais. É bem verdade que desde a invasão dos “capangas”, uma
parte da ideologia e da boa vontade quase foi por terra. Ficou por um fio, mas tá
aí ainda, firme e forte. Cenas dos próximos capítulos em breve. Alguma ideia de
coisa pra se fazer esperando?
P.S. Um novo capítulo de violência ocorreu por terras
tanzanianas. Uma alemã da outra casa saiu à noite com mais algumas pessoas e
resolveu pegar ônibus pra economizar. Enquanto aguardava o transporte, um carro
passou e agarrou sua bolsa. Sem querer perder os pertences, a alemã segurou firme
e foi arrastada pelo asfalto por alguns metros, até não aguentar mais e largar.
relaxa, irmão. Daqui a pouco tudo se resolve.
ResponderExcluirsaudades
beijos
Já resolveu irmão. Tudo de volta à normalidade por acá. Valeu pela força, saudade!
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